quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MQN - [2005] Badass Rock And Roll



Bom galera, já fazia um tempo que eu queria postar umas bandas nacionais, mas como ainda estou de férias em minha cidade natal, num computador carroça, numa net ainda mais carroça, o negócio desandou. Pois bem, o Dan, da Iluminismo Musical havia pedido material do MQN, mais especificamente o Hellburst, mas não achei no meio da minha zona de backups - mas prometo que em breve o postarei. Pois bem - apesar de ser a capital nacional do tomate e do sertanejo, goiânia vem se mostrado também como uma grande "produtora" de bandas de rock. Nomes como Goldfish Memories, Black Drawing Chalks, Mugo, Violins e mais uma pá de bandas fodas, algumas mais puxadas pro stoner, outras, hard rock, outras sludge, mas que independente de gênero, são excelentes. E demonstram isso em alguns dos festivais que rolam por lá, como a Bananada e o Goiânia Noise, dividindo palco com bandas gringas consagradas - e mostrando que não devem nada pra elas.
Geralmente se referem ao MQN como uma banda Stoner. Não sei, o som dos caras tem uma pegada bem garagem, remetendo mais a sons como o dos Hellacopters e os Flaming Sideburns que ao Kyuss, por exemplo. Nos trabalhos mais novos a banda foi se tornando mais pesada, mas isso é assunto pra um próximo review, e, pois bem, vamos ao que interessa. O disco abre com Come Into This Place Called Hell, com um riff marcante e que se repete por toda música - talvez uma marca do stoner, mas, whatever - o vocal me lembra bastante o do Kings Of Leon no primeiro disco, quando eles ainda honravam as calças e tocavam Rock'n Roll - com um solo absolutamente clássico. A música é curtinha, mas dura o suficiente para não encher o saco. Prosseguindo com Let It Rock, dessa vez com uma pegada mais punk rock, baixo marcante, guitarra carregada de fuzz e um ótimo trabalho de bateria, podia muito bem estar presente nas rodas punk dos anos 70 e 80, sem dever NADA, eu digo, NADA às bandas da época. Cold Queen, a próxima faixa, é uma das minhas favoritas do disco. Aqui os vocais se saem muitíssimo bem na mix, e o riff dobrado entre a guitarra e o baixo, e a bateria na medida fazem a música soar enorme, com ótimas quebradas de tempo mais pro fim - vale ressaltar a letra, totalmente hard rock. Não sei se isso é exatamente bom, mas em termos de "qualidade", está a nível de muitos clássicos aí. Heart Of Stone começa com um riff totalmente viciante, lembrando um pouco o Moutain em sua fase de ouro. É nessa música que o MQN mostra seu diferencial, colocando várias texturas e levadas dentro da mesma canção, sem aquele clima totalmente robótico, e sim com uma cara de "jam-dos-anos-70", and that's what I'm talkin' about, porque até mesmo na gringa é dificil ouvir uma música com essa qualidade - e não, não é cover dos Rolling Stones, e nem do Motorhead -. Hard Times segue na mesma levada, não é um grande destaque, exceto para o baixo, muitíssimo bem executado, mas de forma alguma é ruim. O disco segue com Hot N' Nasty, que também é totalmente hard rocker - as guitarras aqui me lembram bastante os Backyard Babies, e o batera se mostra muito versátil, e manda um cowbell bem legal nessa música, mais uma vez remetendo ao som do Moutain. My Baby Sold Your Heart To The Devil com toda certeza tem o melhor riff do disco, totalmente AC/DC. Dá pra sentir a grande influência dos anos 60 e 70 nos caras, com levadas à moda do Free, Bad Company e tantas outras grandes bandas, e aqui, mais uma vez, fica o elogio ao baterista da banda - o cara é MUITO bom, sem claro, desmerecer aos outros músicos, que mandam muito bem. Em Money's So Good os caras já mostram o lado mais anos 60, numa pegada "meio" Rolling Stones, mas com o vocal sempre rasgado - e aqui ainda meio sem identidade. Se fosse um pouquinho maior, seria uma música cansativa, mas como não é, desce sem maiores problemas - até porque boa parte da música é tomada por um ótimo solo de guitarra. A penúltima faixa do disco é um cover de Got This Thing On The Move, do Grand Funk Railroad, e que inclusive saiu num disco duplo da Valvulado, chamado Achados e Perdidos. E cá entre nós, os caras tem que ter muito peito pra mandar um cover do Grand Funk, e o MQN não faz nem um pouco feio. Os vocais estão meio diferentes, mas ficou totalmente excelente, os caras mandaram a música com uma propriedade, que nem soa como cover. Reparando bem, o vocal lembrou um pouco o Offspring, mas pode ser doideira minha. Mas que na parte do solo de baixo parece, ah, parece. O disco fecha com Red Pills, mais uma vez com uma levada mais anos 60/70, com algo de MC5, mais uma vez destacando o grande trabalho de bateria e baixo. A cozinha dos caras é afiadíssima e abrem um espaço foda pras guitarras, nessa música, em especial, bastante psicodélicas. Como sou legal pra caralho, coloquei de bonus um disquinho ao vivo dos caras, Live At Cererê, com 3 músicas. E é isso, uma das grandes promessas do Rock And Roll nacional, pro bando de mané que ainda acha que "só tem emo agora". O disco faz jus ao nome, pois o que temos aqui é um totally bad ass rock and roll, baby. E, pra não perder o costume, RECOMENDADÍSSIMO.



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Um comentário:

  1. isso é pra quem acha que aqui é roça!

    o estado de Goiás, em relação ao rock alternativo, coloca qualquer estado brasileiro no chinelo.

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