terça-feira, 27 de outubro de 2009

Black Stone Cherry - [2006] Black Stone Cherry


Fazia tempo que eu não ouvia esse discaço. Fazer backup dos arquivos em DVD pra formatar o PC é fria, você nunca mais acha nada hahaha. Pois bem, para mim este disco é um dos melhores debuts de todos os tempos... Na época do lançamento, baixei sem nenhuma grande expectativa, pois nunca tinha ouvido falar da banda, e quase ninguém tinha, acredito. E foi uma grata surpresa, sendo hoje em dia um dos meus albuns favoritos, e um dos que eu mais ouvi na vida. Uma pena que o segundo disco da banda, Folklore & Superstition, deixe bastante a desejar, se comparado ao S/T. Mas isso é assunto para outro post.

O disco abre com Rain Wizard, com um riff pesadíssimo, dando uma idéia do que está por vir. O batera, John Fred Young, tem uma pegada descomunal e é muito criativo em suas viradas, além de fazer ótimos backing vocals. Ponto positivo pra cozinha. O vocal do também guitarrista Chris Robertson é uma mistura de Eddie Vedder e Zakk Wylde, e vale ressaltar que o cara manda muitíssimo bem na guitarra, com seus solos e riffs poderosos. Backwoods Gold começa com um riff interessante, brincando com o pan da música, indo de um lado para o outro do fone (se você usa fones, claro). Seu riff cheio de palm muting, acompanhado pelas batidas na bateria é pesadíssimo, e a música apresenta um uso muito bem feito do wah (efeito que está presente na maioria dos solos). O disco segue com Lonely Train, que foi o primeiro hit da banda, com seu riff poderoso (acho que você, leitor, vai cansar de tantos riffs poderosos hahaha), que segue por toda música, numa levada totalmente propícia pro ato de headbangear, com suas paradas rápidas e secas (as guitarras aqui lembram bastante o Black Label Society, que inclusive chamou a banda para abrir seus shows após o lançamento deste disco). Temos aqui mais um solo recheado de wah, com a base mais lenta, quebrando um pouco o acelerado ritmo que dita a música - ressalto aqui como bateria e guitarra trabalham muitíssimo bem juntas no funcionamento dos riffs, coisa que as vezes falta nas bandas de som mais pesado. Aprendam galerinha, peso não é só ganho no máximo.

E quando você pensa que tem um disco com o som pesadão e não-tão-feliz, chega Maybe Someday. Que sim, é bastante pesada, mas tem um certo apelo pop, riffs e backing vocals interessantíssimos. Vale ressaltar que Ben Wells, o "outro guitarrista", que também manda uns solos muito bons tinha uns 18 anos na época do lançamento do cd, e não era muito mais novo que o restante da banda. E por serem caras bem novos, em seu primeiro disco, a banda ainda possuia uma certa "inocência", sem saber direito pra que lado seguir. Só que aqui no caso, senhores, isso é ótimo, pois temos um disco bastante diversificado, e ainda assim muito coeso. De Maybe Someday pra frente, temos um disco com músicas mais, digamos, divertidas e grudentas. Mas isso, só depois que passamos pela pesadíssima When The Weight Comes Down, uma das mais densas do disco, apresentando uma passagem meio oriental bem legal antes do solo (pensando bem, não é só o Quill que tem essa tara... medo). Não tem muito o que ser comentado aqui, é simplesmente foda. Crosstown Woman já apresenta a música pesada & pop que eu mencionei acima, e é interessantíssimo o que temos, com algumas influências que vão do metal ao southern, e solos bem blueseiros pra uma banda pesada como essa.

Shooting Star é outra música fodidíssima, mas novamente não sei o que comentar. Hell & High Water é FODA, começa com um solo muitíssimo legal de guitarra, e vem com uma pegada bem menos pesada que a primeira parte do disco. Grande trabalho de guitarra e vocal aqui, numa música muito grudenta e empolgante, perfeita pra dirigir no deserto, mastigando fumo e cuspindo pela janela, e ótimo solo aqui, um dos meus preferidos da banda. Logo após temos um cover de Shapes Of Things, dos Yardbirds, mas com uma roupagem bem mais pesada. Ficou boa, mas acho dispensável. E vem Violator Girl, que é fantásticamente boa, com sua mais que cativante levada, excelente refrão, bateria, guitarra. É a típica música que não dá pra não gostar, você pode até falar que é ruim, mas certeza que vai ficar batendo o pé acompanhando a levada, enquanto escuta. 

Tired Of The Rain é uma música meio estranha, tem um Hammond que não existia antes no album, e é bem menos pesada, e não tem as tradicionais "paradas" na guitarra e bateria, como a maioria das outras músicas do album. Foi o que eu quis dizer com "a banda não sabe bem pra que lado ir", não tinham um estilo de compor/tocar bem definido, neste disco. Mas, quem se importa? É como se fosse uma coletânea que você faz pra ir viajar, com estilos diferentes, mas a mesma voz cantando. Mas ao mesmo tempo, funciona muitíssimo bem como álbum. Na música Drive já voltam as paradinhas da guitarra, e essa lembra um pouco Nickelback. Mas o Nickelback que eu gosto, e não o que eu não gosto. Talvez por isso seja um dos pontos fracos do disco, mas whatever. Pois ele fecha com...

Rollin' On. Eu sou suspeito pra falar, é minha música preferida deles. A introdução cativante, no baixo, bateria e palmas (é, palmas), e o Hammond ali denovo. O verso meio balada hard rock, com uma letra legal pra caramba, com direito a um "Merle Haggard I know what you mean
When you say sing me back home". Apesar de destoar muito do início pesadíssimo do disco, é uma das canções mais fodas que já ouvi na vida, com um solo à moda do Lynyrd Skynyrd, que é fantástico. Parece música de fim de filme, quando o cara se fode, mas resolve mudar a vida. Sei lá, é viadagem, mas é uma música que significa pra caralho pra mim haha.

E é isso macacada, quem conhece, bom. Quem não conhece, baixe agora pois não sabe o que está perdendo!


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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O que aconteceu com o "clássico?"

Sempre me deparo com a galera “das antigas” – e até uma gurizada mais nova – chorando as pitangas, falando que o rock está morto, que não fazem mais discos como antigamente, que nenhuma banda lança clássicos hoje em dia. Será que esses sujeitos já pararam pra pensar em como “funcionava” um clássico, ali pela década de 60, 70, 80? Se sim, me desculpem, mas, não é o que parece. Durante as explosões iniciais do rock’n roll, hard rock (me refiro aqui ao hard macho, do fim da década de 60, e década de 70), heavy metal, punk rock e “n” outros gêneros, a indústria fonográfica ainda engatinhava, se comparada aos dias de hoje. Principalmente em tempos de guerra, não era fácil comprar instrumentos musicais, e menos ainda aprender a tocá-los. Guitarras de corpo sólido eram algo bem recente, tendo sido popularizadas no fim dos anos 50. Já era difícil montar uma banda, e era ainda mais difícil entrar em estúdio para gravar – equipamento tosco, mesas de 2 canais (uma das maiores evoluções pra época foi quando os Beatles gravaram I Wanna Hold Your Hand em uma mesa de QUATRO canais), microfones de baixa fidelidade, a dificuldade em arrumar um produtor e suporte financeiro. Enfim, poucas bandas conseguiam gravar e lançar um disco. E o disco custava caro, e também a vitrola.

O comum (eu mesmo nos anos 90 – e olha que tenho 20 anos de idade – fazia isso) era ir para a casa de um amigo mais rico, que tinha uma boa vitrola e alguns bolachões e ficar ouvindo som. Assim fica fácil entender o que era o clássico; era o disco que rodava mais nas rádios, o amigo rico conseguia achar na loja grande da capital e comprava, e indicava pra todos os outros amigos. Assim se disseminava a música. Hoje, em tempos de internet, fica fácil achar inúmeras bandas fantásticas que foram ignoradas, ficando à sombra de bandas maiores como o Led Zeppelin e o Black Sabbath (posso mencionar aqui bandas pouco famosas, mas importantíssimas, como o Cactus, Truth & Janey, Buffalo, Sir Lord Baltimore, Ice Cross, entre inúmeras outras). Mas na época, não era bem assim. Mas, mesmo contra todos obstáculos, de boca em boca, festa em festa, o Rock cresceu, ganhou espaço e vendeu. E vendeu MUITO. Com bandas, estúdios e produtores ganhando dinheiro, o Rock virou febre – centenas de bandas pipocavam na Inglaterra e EUA na luta por um lugar ao sol. A maioria não passava do primeiro disco – era um mercado cruel.

E a música foi se concretizando cada vez mais como uma poderosa indústria, e as figuras mais vendidas e tocadas nas paradas viravam ídolos de uma adolescência que era bombardeada com a música e o cinema da época, pregando a “rebeldia sem causa”. Rock não vendia só música. Vendia estilo de vida, vendia roupa, moto, carro. Novos métodos de produção, prensagem e divulgação popularizaram os preços dos discos, e a fita k7 tornava possível um “tráfico de música”. O Napster chegaria 2 décadas depois. Nos anos 80, a explosão da música dance e o Hard Rock farofa colocaram o Rock’n Roll de verdade para escanteio. O metal e até mesmo as bandas influenciadas pelo dance ainda produziam bons discos, que tinham ótimas vendagens, mas ficando cada vez mais de lado. No finzinho dos anos 80 veio o CD, que se popularizou no mundo no início dos anos 90 (acho que podemos excluir o Brasil aqui, já que até hoje CD não tem lá um preço muito convidativo por aqui). O mundo se cansou do visual espalhafatoso e a falta de criatividade das bandas do chamado Hair Metal, e a juventude precisava de novos ícones.

Mais compacto e barato que o LP, e prometendo uma maior fidelidade (que questiono, mas nunca fui muito conservador para achar motivo para resmungar sobre isso), o CD foi ganhando espaço. Michael Jackson vendia como água. A adolescência via o Guns trazendo de volta o espírito do Hard setentista, e emergia o Nirvana. A explosão do Grunge vendeu CD’s, camisetas, allstar e revolta. Pouco tempo depois, a explosão morria, junto com seu ícone mor, Kurt Cobain. Tenho pra mim que ao lado do chato Axl Rose, Kurt foi o último grande ícone de uma geração. Com o fim do último grande “movimento” dotado de certa rebeldia, o rock se pasteurizou, e foi sumindo da mídia. O Rap e o Hip Hop cresciam, e também o Pop. Logo a MTV foi inundada por MC Hammer, e depois Apache Indian, e a moda sempre mudava, semana após semana. Rap branco, boy bands, Spice Girls... Eu poderia fazer uma lista interminável. Mas como eu disse, o rock sumiu DA MÍDIA.

Vez ou outra alguma banda ainda pintava (e pinta) na MTV, VH1 entre outros canais, e até toca no rádio. Mas parece que as pessoas se acomodaram com a facilidade de há uma década se ligar o TV e ter Rock tocando. Como hoje isso não ocorre tanto, subentendem que o mesmo morreu. Já falaram que o Rock morreu com Buddy Holly, com Elvis, com John Lennon. Já tentaram matar o rock inúmeras vezes. Mas ele continua vivo, nas garagens, estúdios baratos, festivais alternativos, bares. Os festivais independentes vêm crescendo até mesmo no Brasil. Goiânia Noise, Jambolada, Marreco (um festival criado há um ano na minha cidade natal, Patos de Minas), e mais um monte de circuitos independentes que a preguiça não me deixa procurar, no momento. Diferente de décadas atrás, hoje é barato comprar guitarra, baixo, bateria. É barato alugar um estúdio pra ensaiar e gravar. É fácil arranjar produtor. É tão fácil fazer isso tudo, que existem bandas demais, e bandas demais que lançam muito material. E existe a internet.

O “problema” do clássico pode ser a internet. É material demais, e em um clique, tudo está no seu computador, e dele passa pro IPod. Ouvir música virou um ritual individual e banal – raras vezes se convida alguém pra ver o DVD de tal banda e tomar uma cerveja no fim de semana -. O computador tem mais discos que a maior loja da sua cidade, e você não lembra a última vez que PAROU pra apreciar aquele disco daquela bandinha nova. Esses tempos finalmente parei pra ouvir o tal do Weezer, e o disco Maladroit, por exemplo, tem TUDO pra ser considerado clássico. Tem até quem considere, mas a banda não tem uma legião fiel e fanática de fãs como o Led Zeppelin, por exemplo. É outra tendência “modernosa” – confundir clássico com “cult”. Quanto menos o disco vendeu, e menos pessoas gostam (adoram falar “quanto menos pessoas compreendem”) o tal disco, maior seu status de cult/clássico. Bullshit, é o que eu digo.

Não vejo problema nos novos discos não atingirem o status de clássico. Claro que alguns passam loooonge de merecer tal denominação. Mas outros, inúmeros, poderiam muito bem figurar ao lado do White Álbum, Led IV, Paranoid, Machine Head, Beggars Banquet – ad infinitum aqui. Nada me convence que um disco como o Rated R, do QOTSA, ou o Hooray! It’s A Deathtrip do The Quill não o possam. É uma pena que essas bandas não tenham o devido reconhecimento? Sim, é. Mas são a prova viva de que ainda se faz Rock de verdade, com qualidade, e não apenas pelo dinheiro. É bom ganhar dinheiro fazendo shows e vendendo discos? Claro que é, e não condeno isso. Até gostaria de poder viver assim. Até não cabe a mim julgar a quais bandas merecem os títulos de “novos clássicos”, mas tento fazer meu papel aqui, com o Fuel For a Mav. Baixem os discos na internet, mas comprem, e freqüentem os shows. Ficar em casa resmungando por nunca mais ter a chance de ver o Led Zeppelin quebrando o pau ao vivo ou lançando discos de inéditas não vai adiantar. Vida longa a nova safra do Rock’n Roll!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

The Quill - [2006] In Triumph


Bom, pode até ser meio recente postar uma banda "repetida" por aqui, mas o Quill é uma banda que merece. É meio difícil ser imparcial, pois é uma das minhas bandas favoritas, mas, vamos lá. Quem já baixou a "bolacha virtual" anterior, sabe exatamente o que esperar. A chamada "crítica especializada" aclamou esse como o melhor disco da banda, até então - eu ainda prefiro o Hooray!, mas acho o In Triumph realmente um discaço. Muitíssimo acima da média, não apenas das bandas recentes, mas do rock num geral... Poucas bandas soam tão consistentes, aos meus ouvidos, e é alarmante não ter notícias sobre o status da banda, nem no myspace e nem no site. Se tiverem acabado, é uma pena, com o perdão do trocadilho.

Vamos ao disco. O fade in logo nos brinda com uma pegada oriental, presente em alguns riffs do album predescessor. É uma faixa que tem a cara da banda, bateria pesadíssima, riff bem cadenciado, o ÓTIMO vocal do Magnus (que é um dos meus vocalistas favoritos), refrão grudento, um belo solo de guitarra - vale ressaltar que os solos receberam bem mais destaque nesse disco, e são ótimos solos -. A segunda música, Yeah, é mais direta. Como sempre, um ótimo riff, ótima bateria, o baixo sempre ali, sem muita firula, mas sem fazer feio. Ela apresenta uma característica que, assim como os solos de guitarra, foi melhor trabalhada nesse disco - os backing vocals, que encaixam muito bem ali no refrão. E logo vem...

Slave & Master. É uma das melhores músicas do disco. E isso quer dizer MUITO, no caso do Quill. A introdução, só na guitarra com um phaser muito bem aplicado, e o vocal fodidíssimo do Magnus dão espaço à bateria MONSTRUOSA de Jolle. O cara é lenhador pra caralho, tem uma pegada fenomenal. A cozinha descomunal, somada ao riff poderoso dão a essa música um peso que tem poucos paralelos no mundo musical. A ponte da música é outro show. A impressão é que os pratos do Jolle são descartados no fim de cada gravação, e nada, nada na música está sobrando. Tudo é muitíssimo bem encaixado, ali. E logo depois, vem a pouco mais tranquila Broken Man. Outro riff estupendo, um groovezão no baixo, e uma guitarra com um wah safado, muito bem aplicado, no verso. E o refrão, bem, "I know, tomorrow I will beg for todaaaaaaaay". Foda, foda pra caralho. E o curto, mas eficiente solo.  Mais uma lição de como fazer rock'n roll de verdade.

O album segue com a pesada Man In Mind, com sua pegada stoner, mais lenta e cadenciada, com um baixo pesado, cheio de groove e muito marcante. E tem um solo meio peculiar pro som do Quill, cheio de Whammy, tremolo e delay. Peculiar, mas é legal, combinou com a pegada "modernosa" dessa música, em específico. Não vou me deter muito em Merciless Room (o nome tá errado na tag, fui ver só depois que já havia feito o upload, arrumem aí!) - que é uma ótima pseudo-balada, nem na animada - e igualmente ótima Treespass. Não por serem ruins, mas são tantas faixas que merecem destaque, que não quero ficar chato falando demais.

Em seguida vem Black - que não tem nenhuma relação com a canção homônima do Pearl Jam -, outra que figura entre as mais pesadas do disco. Novamente está presente a pegada oriental, a bateria CAVALAR (e que sempre me lembra When The Levee Breaks, na versão do Led Zeppelin), com um refrão que lembra um pouco o clima de Kashmir, tambem do Led. Essa música é uma das maiores provas de que peso no som não se relaciona apenas a quão distortida a guitarra está. O peso é o todo. E o todo de Black, senhores, é puro peso, que só é quebrado pela ponte da música, mais limpo. Mas a pancadaria volta, com direito a um arranjo orquestral acompanhando toda a pancadaria. Coisa linda de se ouvir. Mas não para por aí.

Mais uma vez, pulando uma canção (agora, No Light On The Dark Side, rapidinha e feliz, com uma bateria meio hardcore), somos presenteados com Triumph Is A Sea Of Flame. É um dos melhores riffs do Quill, e um dos meus riffs favoritos ever. Não vou nem comentar sobre a bateria. Me recuso, é totalmente imoral. Mais uma vez, destaque para os vocais. E o riff do refrão, acompanhado pelo bumbo da bateria é totalmente genial, seguido (mais uma vez) por uma levada meio oriental. Acho que os caras da banda tem alguma tara pelo oriente, vai saber. Sei que dá muito peso pras músicas. Essa, em especial. Só sou meio implicado com o solo, acho que um petardo fantástico como esse merecia um pouquinho mais de atenção nessa parte. Não que seja ruim ou comprometa a música, mas falta algo, principalmente após uma quebra no tempo da bateria. Ouvindo, vocês vão saber do que estou falando. Depois disso, a música dá uma acalmada, e vai crescendo, crescendo, crescendo, até MAIS UMA explosão orientalesca. FENOMENAL.

In The Shadows, a penúltima faixa do disco, tem uma guitarra bem zeppeliniana, com um phaser muito bem aplicado. Christian, o guitarrista, tem muito bom gosto nos seus timbres e riffs, tudo no lugar, sem exagero no uso de chorus, distorção, wah, solos... é sempre o que a música pede. No caso desta música, que é bem lenta, pros padrões do Quill, não é diferente. Soa como um momento pra relaxar depois de toda a pancadaria que a precede. O disco fecha com Down, com seus tempos todos quebrados e cheia de paradas (as famosas "respirações"), e os vocais dobrados, bem sombrios, pouco típicos à banda - chegando a lembrar o Alice in Chains -, destoando um pouco do albúm, e quem sabe, mostrando o que talvez esteja por vir, caso a banda não tenha terminado - e espero que não tenha -. Mais um ótimo álbum, que não preciso dizer, é OBRIGATÓRIO.


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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Earl Greyhound - [2006] Soft Targets


"Como eu nunca ouvi falar disso antes?!?!", foi o que me perguntei quando terminei minha primeira audição desse discaço. Earl Greyhound, puta nominho difícil de se pronunciar, né? E o som, bom... é uma puta injustiça uma banda dessas passar despercebida! Até ler uma crítica rasgando elogios, nunca tinha visto sequer o nome da banda... uma pena. O som é uma loucura só, mistura pop, hard rock, blues, psicodelia, stoner, boas letras, melodias grudentas, guitarra e baixo muitíssimo bem trabalhados, uma bateria FENOMENAL, e os vocais... bem... Matt Whyte, também guitarrista (a banda é um trio) tem um vocal "normal", meio que padrão pra bandas de rock moderninhas que querem ser retrô. É um bom vocal, dá bem certo pra vibe da banda, mas ele fica meio ofuscado pelo vocal da baixista Kamara Thomas. Coisa de louco, fazia tempo que não ouvia uma vocalista tão fodidamente boa quanto ela, tanto nos vocais principais quanto backing vocals. Como eu disse, cada aspecto do disco é muito bem trabalhado. A primeira faixa, S.O.S. já começa mostrando a que a banda veio. Muito peso, vocais meio "rap" (sei lá, a forma como os versos se encaixam me lembrou o estilo, ouvindo vocês vão entender), e logo após o primeiro refrão, entram os backing vocals da Kamara. Essa música em especial tem uns backings muito interessantes, que dão uma dimensão muito foda pra música, não me lembro de nenhum backing que faça algum paralelo com esse, em termos de estilo. E logo nela, aparece uma coisa muito marcante no disco: as músicas não são só "verso/refrão/verso/solo/refrão", são músicas cheias de partes diferentes, pontes, solos, pirações. O albúm segue com All Better Now, que me lembra um pouco o QOTSA dos tempos do Nick Oliveri, com uma pegada meio punk, rapidinha, refrão grudento, bateria carregada, e um solo/riff com o tempo todo quebrado, bem bacana. Logo após, vem It's Over, que é uma baladinha com uma pegada muito legal, adoro a guitarra dela, e a forma como o baixo se encaixa, somados a ótima letra. Like A Doggy vem com uma guitarrinha com tremolo e uma bateria que me lembram um pouco os tempos áureos dos Gorillaz (é, eu gosto). Ressalto novamente que o batera é um MONSTRO, tem uma pegada muito lenhadora, e umas viradas muito criativas. E vai indo a bolachinha, Monkey, Good (que tem uma intro totalmente "queenzistica"), a ótima Back And Forth, com uma historinha na letra, meio bobinha, mas na proposta pop dessa música, vai muito bem, obrigado. Depois, vem a música que pra mim é o ápice do disco, que já é um ápice constante (!), que é a Yeah I Love You. 

Vou tentar descrever essa música (que sim, merece um parágrafo a parte)... Uma bateria que entra quebrando o pau, seguida por um riff bem pesado e grudento de guitarra. Ok, até entrar uma guitarra mais lenta, e o vocal lindo da Kamara. Na segunda parte do verso, começa um SHOW de bom gosto na bateria, coisa de louco mesmo. Umas levadinhas quebradas no chimbau da bateria, e uns bons contratempos, tudo muitíssimo bem colocado. O refrão é super grudento, pesado, e com um riffzinho que quebra o clima pop da música, mas que continua MUITO grudenta. É outra característica da banda, misturar de uma forma perfeita diversos climas dentro da mesma música, como se fosse um "pop imprevisível". 

O disco todo vai nessa levada, da primeira até a última música, sem deixar cair a peteca. Tá rolando no player do meu celular tem umas 2 semanas, e sempre toca na integra, isso quando não repito as músicas. Sei que estou indignado por essa pérola ter demorado 3 anos pra chegar a mim. Com esse post, estou tentando arrumar essa injustiça! Não preciso nem dizer que é OBRIGATÓRIO.

PS.: COMENTEM, PORRA!


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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Zeke - [2004] 'Till The Livin' End


Bom, se tem uma banda que qualquer homem com dignidade e pelos pubianos e em sua plenitude viril deve curtir, essa banda se chama Motörhead. A voz inconfundível do mestre Lemmy, os riffs marcantes, bateria rápida, uma mistura de heavy metal e punk rock fez e faz a alegria de muitos jovens e outros não-tão-jovens, e causa o desespero em muitos pais. Bandas de tal calibre costumam deixar um legado de fãs, e alguns desses fãs querem, a exemplo de seus ídolos, montar uma banda. Numa dessas, fomos brindados com os caras do Zeke.

Esse trio de Seattle, formado no início dos anos 90, tem lançado desde então, quase anualmente (apesar deste album de 2004 ter sido seu último, até agora), albuns rápidos, sujos e barulhentos. 'Till The Livin' End é o meu preferido e dá ao ouvinte um bom panorama sobre os trabalhos anteriores da banda. Substitua a influência punk do Motörhead por hardcore, e teremos músicas ainda mais aceleradas (!), normalmente curtas, dificilmente durando mais que 3 minutos, e com muitos, MUITOS solos, sempre recheados de wah wah, umas leves pitadas de blues. Este é o Zeke. Recomendado para aqueles que não conseguem desacelerar, para chegar mais rápido ao infinito e além. You got the picture.



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domingo, 4 de outubro de 2009

Sasquatch - [2006] II


Depois do petardo do Quill que eu postei, poderia ter me dado por satisfeito - missão cumprida - e fechado o Fuel For A Mav. Ok, exagero, ainda mais por se tratar de um blog que acabou de estrear. Então, para manter o nível e o peso em alta, poucas coisas me vieram a cabeça além desse discaço, o segundo do Sasquatch. A banda é um power trio, formado em Los Angeles, e faz um som MUITO, mas MUITO pesado. Guitarra e baixo lotados de fuzz/distorção, o mais puro som de valvulas fritando, uma bateria muito densa e ótimos vocais; parece que estou falando de uma banda de Sludge? Pois bem, não é. Com influências claras de Black Sabbath, CoC, Melvins e outros clássicos do peso e da sujeira... acreditem, é um som pra botar a casa abaixo. O pau já quebra na primeira faixa, Let It In, que é uma forte candidata a melhor do disco - microfonias, um baixo LOTADO de fuzz, bateria comendo, e logo entra a guitarra e o vocal. Riffzão marcante, refrão grundento ("noooow i've got my medicineeee"), solo bacana. Tá tudo ali. O disco segue com The Judge, pesadíssima, também, Pleasure to Burn, Barrel Of A Gun, até o final do disco, petardo atrás de petardo, só dando um fôlego numas partes mais tranquilas e numa canção acústica. Disco recomendadíssimo para os fanáticos por Stoner Rock denso, pesado e viajante. E também àqueles que estão afim de ouvir um puta som novo, sem se prender a gêneros.



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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

The Quill - [2003] Hooray! It's A Deathtrip


Depois da blueseira numa levada mais tranquila, postada por mim ontem, nada melhor do que um disco que é uma pancada, do início ao fim. Essa banda vinda da Suécia (e acreditem, MUITAS bandas de lá vão aparecer aqui no Fuel For A Mav!) formada no início dos anos 90 lançou alguns ótimos discos em toda sua carreira, mas seus 3 últimos trabalhos são totalmente fenomenais, e devem aparecer por aqui em breve (Voodoo Caravan e In Triumph). Mas este trabalho em especial é OBRIGATÓRIO para qualquer ser humano que curta Stoner Rock, Hard Rock (com aquela pegada setentista, claro, nada do hard rock baitola dos anos 80) e metal em geral. Apesar de ser um trabalho bastante desconhecido, este é um dos meus discos favoritos, e falo num sentido geral. I mean, é um dos meus discos favoritos de TODOS OS TEMPOS. O disco já começa com o pau quebrando em Spinning Around, e logo de cara, nos primeiros 12 segundos de música você já pensa "puta que pariu, esse baterista é um monstro"... E aí vem o riff de guitarra, muitíssimo consistente, o baixo idem, nada de muitas firulas. A cozinha aqui faz justamente o que a música pede. E o vocal, bem, o vocal... Magnus Ekwall. O cara é um MONSTRO, numa mistura de sei lá, o timbre do Chris Cornell, mas chegando em notas dignas de Bruce Dickinson (no bom sentido, claro). Enfim, uma PUTA duma banda totalmente injustiçada. A faixa dois é o petardo Nothing Ever Changes, com um riff totalmente fantástico de guitarra, um wah e phaser muitíssimo bem utilizados, refrão marcante, bateria comendo, um solo ANIMAL. Não tem uma faixa que não mereça destaque, mas minhas preferidas são: Nothing Ever Changes, American Powder, Hammerhead e Because I'm God. Mas é um disco dificilimo de se ouvir pulando faixas, ou sem repetir pelo menos umas 3 vezes ao dia. E é isso.



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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Los Lonely Boys - [2004] Los Lonely Boys


Bom, vou começar as postagens com uma banda relativamente famosa lá fora, Los Lonely Boys. Este S/T foi seu primeiro album mais "sério", e rendeu 2 discos de platina e uma nº1 nas paradas da Billboards para este trio de irmãos, com a música Heaven. Vindos do Texas, esse trio de "semi-chicanos" faz uma mistura de Blues, Country, Rock e "rítimos latinos", com uma pegada pop (e isso, se bem feito, é ótimo, e é o caso, aqui). Imaginem Carlos Santana fazendo uma Jam com o Stevie Ray Vaughan... é tipo isso. É som pra viajar, relaxar, ouvir com a namorada, tocar na praia, é som pra toda ocasião. Não preciso dizer que recomendo MUITÍSSIMO. E muito em breve, mais albuns dessa ótima banda.



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Pra que mais um blog de downloads?

Bom, achei interessante iniciar este blog com um post falando sobre a proposta de funcionamento do mesmo. O que me moveu a fazer este blog (coisa que estou ensaiando há MUITO tempo, diga-se de passagem) foi notar que absoluta maioria dos espaços da web voltados para downloads de cd's de rock e afins são tomados por uma imensa nostalgia das décadas que se passaram, afirmando muitas das vezes o cenário mundial do rock, dos dias de hoje, como pobre, morto e enterrado. Tenho uma opinião totalmente contrária. Claro que o Mainstream está tomado em sua maioria por bandinhas descartáveis, que felizmente não serão sequer lembradas daqui há 2 ou 3 anos, como Fresno, NX Zero, Cine (essa é a pior), e muita coisa que considero lixo pseudo-intelectual, mas essas vou deixar pra lá, porque é bem provável que parte dos futuros leitores deste blog apreciem. Enfim, a matter of taste. Entretanto, se afastarmos nosso olhar da hoje em dia odiada MTV, veremos inúmeras bandas independentes e/ou não tão famosas assim fervilhando no cenário underground brasileiro AND mundial. E é aí que eu entro. Há muitos anos venho cultivando o hábito de garimpar a internet em busca de novos sons, bandas que ainda têm todos os integrantes vivos, troquem e-mails com os fãs, façam shows em butecos copo sujo à troco de cerveja, e que se esforcem por fazer um som não menos que FODIDO, mesmo que não se encaixe nos padrões da mídia. Ou seja, rock'n roll como causa sui, rock'n roll pelo prazer de TOCAR rock'n roll. Seja ele sujo, dançante, psicodélico, etílico, irresponsável, grudento. Enfim, rock'n roll. Só que fique claro que ocasionalmente postarei alguma coisa de bandas mainstream que sofrem preconceitos por só tocarem suas baladinhas, ou coisas do tipo. Espero que acompanhem o blog, baixem, comentem, ouçam e valorizem essa nova leva do bom e velhor Rock, que está mais vivo do que nunca. É só saber procurar.