Bom, pode até ser meio recente postar uma banda "repetida" por aqui, mas o Quill é uma banda que merece. É meio difícil ser imparcial, pois é uma das minhas bandas favoritas, mas, vamos lá. Quem já baixou a "bolacha virtual" anterior, sabe exatamente o que esperar. A chamada "crítica especializada" aclamou esse como o melhor disco da banda, até então - eu ainda prefiro o Hooray!, mas acho o In Triumph realmente um discaço. Muitíssimo acima da média, não apenas das bandas recentes, mas do rock num geral... Poucas bandas soam tão consistentes, aos meus ouvidos, e é alarmante não ter notícias sobre o status da banda, nem no myspace e nem no site. Se tiverem acabado, é uma pena, com o perdão do trocadilho.
Vamos ao disco. O fade in logo nos brinda com uma pegada oriental, presente em alguns riffs do album predescessor. É uma faixa que tem a cara da banda, bateria pesadíssima, riff bem cadenciado, o ÓTIMO vocal do Magnus (que é um dos meus vocalistas favoritos), refrão grudento, um belo solo de guitarra - vale ressaltar que os solos receberam bem mais destaque nesse disco, e são ótimos solos -. A segunda música, Yeah, é mais direta. Como sempre, um ótimo riff, ótima bateria, o baixo sempre ali, sem muita firula, mas sem fazer feio. Ela apresenta uma característica que, assim como os solos de guitarra, foi melhor trabalhada nesse disco - os backing vocals, que encaixam muito bem ali no refrão. E logo vem...
Slave & Master. É uma das melhores músicas do disco. E isso quer dizer MUITO, no caso do Quill. A introdução, só na guitarra com um phaser muito bem aplicado, e o vocal fodidíssimo do Magnus dão espaço à bateria MONSTRUOSA de Jolle. O cara é lenhador pra caralho, tem uma pegada fenomenal. A cozinha descomunal, somada ao riff poderoso dão a essa música um peso que tem poucos paralelos no mundo musical. A ponte da música é outro show. A impressão é que os pratos do Jolle são descartados no fim de cada gravação, e nada, nada na música está sobrando. Tudo é muitíssimo bem encaixado, ali. E logo depois, vem a pouco mais tranquila Broken Man. Outro riff estupendo, um groovezão no baixo, e uma guitarra com um wah safado, muito bem aplicado, no verso. E o refrão, bem, "I know, tomorrow I will beg for todaaaaaaaay". Foda, foda pra caralho. E o curto, mas eficiente solo. Mais uma lição de como fazer rock'n roll de verdade.
O album segue com a pesada Man In Mind, com sua pegada stoner, mais lenta e cadenciada, com um baixo pesado, cheio de groove e muito marcante. E tem um solo meio peculiar pro som do Quill, cheio de Whammy, tremolo e delay. Peculiar, mas é legal, combinou com a pegada "modernosa" dessa música, em específico. Não vou me deter muito em Merciless Room (o nome tá errado na tag, fui ver só depois que já havia feito o upload, arrumem aí!) - que é uma ótima pseudo-balada, nem na animada - e igualmente ótima Treespass. Não por serem ruins, mas são tantas faixas que merecem destaque, que não quero ficar chato falando demais.
Em seguida vem Black - que não tem nenhuma relação com a canção homônima do Pearl Jam -, outra que figura entre as mais pesadas do disco. Novamente está presente a pegada oriental, a bateria CAVALAR (e que sempre me lembra When The Levee Breaks, na versão do Led Zeppelin), com um refrão que lembra um pouco o clima de Kashmir, tambem do Led. Essa música é uma das maiores provas de que peso no som não se relaciona apenas a quão distortida a guitarra está. O peso é o todo. E o todo de Black, senhores, é puro peso, que só é quebrado pela ponte da música, mais limpo. Mas a pancadaria volta, com direito a um arranjo orquestral acompanhando toda a pancadaria. Coisa linda de se ouvir. Mas não para por aí.
Mais uma vez, pulando uma canção (agora, No Light On The Dark Side, rapidinha e feliz, com uma bateria meio hardcore), somos presenteados com Triumph Is A Sea Of Flame. É um dos melhores riffs do Quill, e um dos meus riffs favoritos ever. Não vou nem comentar sobre a bateria. Me recuso, é totalmente imoral. Mais uma vez, destaque para os vocais. E o riff do refrão, acompanhado pelo bumbo da bateria é totalmente genial, seguido (mais uma vez) por uma levada meio oriental. Acho que os caras da banda tem alguma tara pelo oriente, vai saber. Sei que dá muito peso pras músicas. Essa, em especial. Só sou meio implicado com o solo, acho que um petardo fantástico como esse merecia um pouquinho mais de atenção nessa parte. Não que seja ruim ou comprometa a música, mas falta algo, principalmente após uma quebra no tempo da bateria. Ouvindo, vocês vão saber do que estou falando. Depois disso, a música dá uma acalmada, e vai crescendo, crescendo, crescendo, até MAIS UMA explosão orientalesca. FENOMENAL.
In The Shadows, a penúltima faixa do disco, tem uma guitarra bem zeppeliniana, com um phaser muito bem aplicado. Christian, o guitarrista, tem muito bom gosto nos seus timbres e riffs, tudo no lugar, sem exagero no uso de chorus, distorção, wah, solos... é sempre o que a música pede. No caso desta música, que é bem lenta, pros padrões do Quill, não é diferente. Soa como um momento pra relaxar depois de toda a pancadaria que a precede. O disco fecha com Down, com seus tempos todos quebrados e cheia de paradas (as famosas "respirações"), e os vocais dobrados, bem sombrios, pouco típicos à banda - chegando a lembrar o Alice in Chains -, destoando um pouco do albúm, e quem sabe, mostrando o que talvez esteja por vir, caso a banda não tenha terminado - e espero que não tenha -. Mais um ótimo álbum, que não preciso dizer, é OBRIGATÓRIO.
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