terça-feira, 27 de outubro de 2009

Black Stone Cherry - [2006] Black Stone Cherry


Fazia tempo que eu não ouvia esse discaço. Fazer backup dos arquivos em DVD pra formatar o PC é fria, você nunca mais acha nada hahaha. Pois bem, para mim este disco é um dos melhores debuts de todos os tempos... Na época do lançamento, baixei sem nenhuma grande expectativa, pois nunca tinha ouvido falar da banda, e quase ninguém tinha, acredito. E foi uma grata surpresa, sendo hoje em dia um dos meus albuns favoritos, e um dos que eu mais ouvi na vida. Uma pena que o segundo disco da banda, Folklore & Superstition, deixe bastante a desejar, se comparado ao S/T. Mas isso é assunto para outro post.

O disco abre com Rain Wizard, com um riff pesadíssimo, dando uma idéia do que está por vir. O batera, John Fred Young, tem uma pegada descomunal e é muito criativo em suas viradas, além de fazer ótimos backing vocals. Ponto positivo pra cozinha. O vocal do também guitarrista Chris Robertson é uma mistura de Eddie Vedder e Zakk Wylde, e vale ressaltar que o cara manda muitíssimo bem na guitarra, com seus solos e riffs poderosos. Backwoods Gold começa com um riff interessante, brincando com o pan da música, indo de um lado para o outro do fone (se você usa fones, claro). Seu riff cheio de palm muting, acompanhado pelas batidas na bateria é pesadíssimo, e a música apresenta um uso muito bem feito do wah (efeito que está presente na maioria dos solos). O disco segue com Lonely Train, que foi o primeiro hit da banda, com seu riff poderoso (acho que você, leitor, vai cansar de tantos riffs poderosos hahaha), que segue por toda música, numa levada totalmente propícia pro ato de headbangear, com suas paradas rápidas e secas (as guitarras aqui lembram bastante o Black Label Society, que inclusive chamou a banda para abrir seus shows após o lançamento deste disco). Temos aqui mais um solo recheado de wah, com a base mais lenta, quebrando um pouco o acelerado ritmo que dita a música - ressalto aqui como bateria e guitarra trabalham muitíssimo bem juntas no funcionamento dos riffs, coisa que as vezes falta nas bandas de som mais pesado. Aprendam galerinha, peso não é só ganho no máximo.

E quando você pensa que tem um disco com o som pesadão e não-tão-feliz, chega Maybe Someday. Que sim, é bastante pesada, mas tem um certo apelo pop, riffs e backing vocals interessantíssimos. Vale ressaltar que Ben Wells, o "outro guitarrista", que também manda uns solos muito bons tinha uns 18 anos na época do lançamento do cd, e não era muito mais novo que o restante da banda. E por serem caras bem novos, em seu primeiro disco, a banda ainda possuia uma certa "inocência", sem saber direito pra que lado seguir. Só que aqui no caso, senhores, isso é ótimo, pois temos um disco bastante diversificado, e ainda assim muito coeso. De Maybe Someday pra frente, temos um disco com músicas mais, digamos, divertidas e grudentas. Mas isso, só depois que passamos pela pesadíssima When The Weight Comes Down, uma das mais densas do disco, apresentando uma passagem meio oriental bem legal antes do solo (pensando bem, não é só o Quill que tem essa tara... medo). Não tem muito o que ser comentado aqui, é simplesmente foda. Crosstown Woman já apresenta a música pesada & pop que eu mencionei acima, e é interessantíssimo o que temos, com algumas influências que vão do metal ao southern, e solos bem blueseiros pra uma banda pesada como essa.

Shooting Star é outra música fodidíssima, mas novamente não sei o que comentar. Hell & High Water é FODA, começa com um solo muitíssimo legal de guitarra, e vem com uma pegada bem menos pesada que a primeira parte do disco. Grande trabalho de guitarra e vocal aqui, numa música muito grudenta e empolgante, perfeita pra dirigir no deserto, mastigando fumo e cuspindo pela janela, e ótimo solo aqui, um dos meus preferidos da banda. Logo após temos um cover de Shapes Of Things, dos Yardbirds, mas com uma roupagem bem mais pesada. Ficou boa, mas acho dispensável. E vem Violator Girl, que é fantásticamente boa, com sua mais que cativante levada, excelente refrão, bateria, guitarra. É a típica música que não dá pra não gostar, você pode até falar que é ruim, mas certeza que vai ficar batendo o pé acompanhando a levada, enquanto escuta. 

Tired Of The Rain é uma música meio estranha, tem um Hammond que não existia antes no album, e é bem menos pesada, e não tem as tradicionais "paradas" na guitarra e bateria, como a maioria das outras músicas do album. Foi o que eu quis dizer com "a banda não sabe bem pra que lado ir", não tinham um estilo de compor/tocar bem definido, neste disco. Mas, quem se importa? É como se fosse uma coletânea que você faz pra ir viajar, com estilos diferentes, mas a mesma voz cantando. Mas ao mesmo tempo, funciona muitíssimo bem como álbum. Na música Drive já voltam as paradinhas da guitarra, e essa lembra um pouco Nickelback. Mas o Nickelback que eu gosto, e não o que eu não gosto. Talvez por isso seja um dos pontos fracos do disco, mas whatever. Pois ele fecha com...

Rollin' On. Eu sou suspeito pra falar, é minha música preferida deles. A introdução cativante, no baixo, bateria e palmas (é, palmas), e o Hammond ali denovo. O verso meio balada hard rock, com uma letra legal pra caramba, com direito a um "Merle Haggard I know what you mean
When you say sing me back home". Apesar de destoar muito do início pesadíssimo do disco, é uma das canções mais fodas que já ouvi na vida, com um solo à moda do Lynyrd Skynyrd, que é fantástico. Parece música de fim de filme, quando o cara se fode, mas resolve mudar a vida. Sei lá, é viadagem, mas é uma música que significa pra caralho pra mim haha.

E é isso macacada, quem conhece, bom. Quem não conhece, baixe agora pois não sabe o que está perdendo!


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