terça-feira, 14 de janeiro de 2014

The Crystal Caravan – [2010] Against the Rising Tide



        Faz bastante tempo que não posto nada por aqui, os dois últimos anos foram bastante cheios – trabalho, faculdade, banda e pura falta de vontade de escrever. A quantidade de excelentes lançamentos que tivemos no período de hiato do blog e discos que conheci neste meio tempo me deixaram uma pasta de discos a serem postados (e reviews a serem escritos) bastante volumosa. Boa parte dos lançamentos de bandas já consagradas – como o Queens of the Stone Age, Alice in Chains, Pearl Jam, Clutch, entre tantas outras que lançaram discos em 2013 – já tiveram excelentes reviews e provavelmente já foram baixados por vocês, e o grande objetivo do blog sempre foi apresentar a vocês pérolas potencialmente desconhecidas. Nada mais justo que começar com esse discaço da Crystal Caravan. 
A Suécia, apesar de sua pequena dimensão geográfica, é o berço de uma quantidade enorme de bandas de altíssimo nível, e curiosamente, são poucas as bandas que buscam trilhar pelo caminho óbvio do pop ou das produções demasiadamente polidas. E é dentro desta tendência de um rock mais “cru” que The Crystal Caravan faz seu som: buscando referências no rock psicodélico e no hard rock dos anos 60 e 70, mas sem nunca soar como um tributo ou uma imitação forçada – como muito se vê em banda que se auto intitulam como “retrô” ou “revival”.
O disco abre com We Always Lose, que em seus primeiros acordes já demonstram o que está por vir: a poderosa abertura – com uma densa mistura de guitarra/baixo/teclados/bateria seguida por um riff frenético aos gritos de “awww yeah!”, seguida por um riff grundento intercalando linhas de guitarra, baixo e bateria aos moldes do Deep Purple dos anos 70, com todos os músicos mostrando virtuose e entrosamento invejáveis, numa música que poderia ter sido encontrada num disco esquecido numa prateleira de sebo por 40 anos, pela sonoridade, mas cheia de vigor e energia. Love and Direction trás carrega um misto de Doors, Kinks, Led Zeppelin e The Cult, trazendo linhas insanas de bateria e baixo, e o marcante vocal de Niklas Gustafsson, que lembra um pouco o de Ian Ashbury. Apple Hotel é uma “falsa balada” que remete tanto ao The Who em Baba O’Riley quanto aos momentos mais pesados do Uriah Heep, com destaque para as guitarras de Björn Lohmander e Stefan Bränberg.
A bolachinha segue com I’m a Stone, que até o momento é minha faixa favorita do disco, com excelentes vocais e uma dinâmica impressionante na estrutura da música. Tem tudo para ser um clássico, só falta ser conhecida. A segunda metade do disco segue mantendo o altíssimo nível, as referências a sons clássicos, mas como disse acima, com um vigor impressionante, que confere a banda um ar de novidade e garante bastante personalidade ao som.O disco fecha com a “sabbathica” Wrecking Ball, com uma atmosfera que remete a Planet Caravan – não podia terminar melhor. O único “defeito” é o playtime, com seus 37:07 minutos que deixam ou um gosto de “quero mais” ou um disco no repeat. Sou adepto da segunda opção. Com toda certeza, em breve serão postados os outros discos desta fantástica banda – e se tudo correr bem, 2014 será um ano mais movimentado ano no Fuel for a Mav. Até a próxima postagem!


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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Soundgarden - [2012] King Animal


       Depois de um hiato de dezesseis anos, o Soundgarden nos brinda agora com seu primeiro disco de inéditas desde Down On The Upside. Muita gente torce o nariz para essa recente onda de reuniões das bandas que fizeram parte do Grunge de Seattle, mas preciso confessar que o Alice in Chains e o Stone Temple Pilots me surpreenderam bastante com o material que apresentaram após seus respectivos retornos - e além de tudo pude constatar que as duas bandas se encontram em excelente forma nos palcos, após tê-las assistido em sequência do SWU de 2011. No ano de 2010, lançaram a inédita (porém antiga, remontando às gravações do magnífico Badmotorfinger, de 1991) Black Rain como parte da coletânea Telephantasm. Associada a um clipe sensacional, a regravação desta música até então abandonada pela banda mexeu bastante com os fãs do dito Grunge, incluindo este que vos escreve agora - e abriu o apetite de muita gente para um possível material novo do Soundgarden. Ainda em 2010 gravaram a inédita Live to Rise, que viria a integrar a trilha sonora do blockbuster de incontestável sucesso "The Avengers" - e no vácuo do sucesso do filme, a música claramente despertou novamente o interesse da mídia para a banda, e o lançamento de um disco só de inéditas se tornara apenas uma questão de tempo. O disco, que tem o lançamento agendado para o dia 13 vazou esta semana, e assim como o AiC e o STP, o Soundgarden não decepciona, nos presenteando com um excelente disco.

       King Animal abre com a muito-adequadamente-nomeada Been Away Too Long, com uma pegada extremamente rock and roll - remetendo de cara às influências setentistas da banda. Os riffs incontestáveis de Kim Thayil, o baixo bem marcado de Ben Shepherd e a bateria monstruosa e difícil de se qualificar com palavras de Matt Cameron, e é claro - os vocais de personalidade e impressionante alcance de Chris Cornell, ainda mais rouco que nos trabalhos da banda nos anos 90 ou em suas gravações com o Soundgarden. A pegada rockeira é mantida nas duas faixas seguintes, Non-State Actor e By Crooked Steps, sendo que nessa segunda somos brindados com os tempos quebrados que se tornaram marca registrada da banda no fim dos anos 80 e anos 90, além dos riffs e fills fantásticos presentes nas guitarras dividas por Thayil e Cornell. A Thousand Days Before abre com uma guitarra que nos remete aos timbres e riffs do meio da clássica "Fell On Black Days", do Superunknown, logo caindo num andamento que em muito lembra um baião (!!!), num trabalho impressionante de Matt Cameron - redundante dizer, acredito. Blood On The Valley Floor é mais um petardo, com um instrumental que deixa clara a influência que o Led Zeppelin sempre teve sobre a banda de Seattle.

       Uma das maiores surpresas do disco, no entanto, ficam por conta de sua segunda metade, um pouco menos explosiva que a primeira. Bones of Birds mostra esse lado até então pouco explorado pela banda, e surpreende por ser, em minha opinião, uma das melhores canções do disco. Um riff simples e de efeito quase hipnótico tocado de forma indefectível por Thayil, uma belíssima letra e um trabalho vocal magnífico (mesmo para os altíssimos padrões que o nome Chris Cornell já impõe), com overdubs e backing vocals meticulosamente encaixados, com destaque para o pesadíssimo baixo de Shepherd, até então meio tímido. Com toda certeza é mera coincidência, mas nessa música a banda me lembrou um pouco o Winterville, que já foi postado por aqui. O disco segue com Taree, que se divide entre momentos mais calmos que se intercalam com um refrão pesado e marcante, com menções honrosas para as guitarras malucas de Thayil. A pegada roqueira da primeira parte do disco retorna na excelente Attrition, mas logo em seguida é deixado de lado logo nos primeiros acordes de Black Saturday - que confirma a obsessão da banda com músicas com "black" em seus títulos! haja dias negros! -, logo caindo mais uma vez nas guitarras, numa interessante mistura de timbres acústicos, sons distorcidos, delays e psicodelia. Os violões seguem em Halfway There, com uma abordagem mais radiofônica, forte candidata a ser lançada como single. As três últimas faixas seguem nessa dinâmica de lento/rápido e acústico/pesado, sendo as faixas onde o baixo tem mais destaque. A faixa que fecha o disco, Rowing, nos remete em seus primeiros segundos às linhas de baixo do Tool, e em termos gerais, ao som do Puscifer, duas bandas do porra-louca-e-genial Maynard Keenan - mas não se deixem enganar, ainda soando como o Soundgarden. Cornell e seus parceiros de banda mostram que a fonte de criatividade das bandas do dito Grunge ainda não secou, e o disco figura fácil entre os melhores do ano - o que quer dizer muito, visto que 2012 tem sido um ano bem fértil. Fãs ou não da sonoridade dos anos 90, recomendo muito o download do disco, que fugindo de rótulos específicos demais, pode ser resumido como Rock and Roll, esta linguagem que em menos de um século de existência já é atemporal e universal. Sem mais, fiquem aí com o disco:


domingo, 14 de outubro de 2012

Incubus - Morning View [2001]




Lembro-me de ter escutado Incubus pela primeira vez em meados de 2006, quando Anna Molly tocava sem cessar nas rádios e na MTV. Naquela época eu ainda não entendia o quão diferente a banda era de tudo o que ouvíamos no mainstream e alguns anos se passaram até que eu buscasse de fato ouvir a banda, que me chamou a atenção novamente em sua apresentação no SWU de 2010, tanto pela parte instrumental da banda, muitíssimo bem trabalhada por seus excelentes músicos, quanto pela presença de palco e pelo vocal impecável de seu frontman, Brendan Boyd.
Lançado em 2001, o disco Morning View deu continuidade aos novos rumos tomados pela banda, já apresentados em seu trabalho anterior, Make Yourself, de 1999 (que nos apresentou a canção Drive, uma das músicas mais marcantes e tocadas do início da década passada), fugindo da pegada new metal de seus dois primeiros discos. O disco abre com Nice To Know You, uma das músicas mais pesadas já gravadas pela banda, e ainda assim com texturas de violão e guitarra interessantíssimas e um excelente trabalho nos pick-ups, fugindo dos exageros cometidos pela maioria das bandas que possuem um DJ entre seus membros. A variedade de passagens e a forma como o peso e o belo uso de violões se encaixam são alguns dos elementos que colocam o Incubus anos-luz a frente de grande parte das bandas de rock contemporâneo. A faixa seguinte, Circles, nos dá uma demonstração de que a mudança na orientação sonora da banda (principalmente no que diz respeito às guitarras, antes uma combinação de PRS e amplificadores Mesa Boogie, conhecidos por seu timbre pesadíssimo e moderno, substituídos por guitarras e amplificadores “vintage”) não tiraria o peso característico da banda, que também é presente nas em suas “baladas”, como ocorre em Wish You Were Here, que apesar de homônima, não tem nada a ver com a canção do Pink Floyd, mais uma vez misturando belíssimas passagens limpas com outras mais sujas, mas que combinam perfeitamente com o contexto da música.
O disco segue esta mistura até seu final, com todos os músicos demonstrando um perfeito entrosamento. Talvez seja injusto, mas como sou guitarrista, preciso destacar o papel de Mike Eizinger na banda, com seu fraseado e riffs extremamente eficientes e que fogem do lugar comum de boa parte do “mundo dos guitarristas”, ao incorporar vários elementos experimentais em suas linhas de guitarra, lado a lado com seus riffs pesadíssimos, provando que não são necessários solos infinitos na velocidade da luz para se colocar um guitarrista em posição de destaque dentro de uma banda.
Morning View é um dos trabalhos mais importantes dos anos 2000, representando muito bem o que o Incubus produz, com todos os elementos que colocam a banda em destaque, fugindo da mesmice que atingiu o rock no fim dos anos 90 e no começo da década que se seguiu. Se você não conhece a banda, vá fundo, pois é uma das melhores bandas contemporâneas, com um estilo musical bastante ímpar.




terça-feira, 9 de outubro de 2012

Slow Season - S/T [2012]


E aí meus queridos, tudo certo? Depois de um hiato de uns 2 anos, pretendo voltar com o Fuel For A Mav... provavelmente é um fator psicológico, mas nunca me empolguei tanto para postar no outro blog que eu havia criado, e espero voltar a postar com frequência aqui - e para que isso aconteça, o feedback de vocês é essencial. O que me motivou a voltar a postar por aqui foi ter descoberto ontem essa bandaça que estou postando agora para vocês.

O Slow Season foi formado de Visalia, California e não consegui dados precisos sobre quando a banda foi formada, mas a página do facebook dos caras foi criada no final do ano passado, o que me faz pensar que a banda não tenha mais de um ano. Não importa, já ouvi o disco umas 5 vezes desde que o baixei (e visto que meu tempo anda muito corrido, considerem que é mais ou menos todo o tempo que tenho para ouvir música em um dia), e posso estar falando cedo, mas até agora é o meu disco favorito lançado em 2012. A sonoridade da banda, apesar de vintage, foge de uma tendência que assola a maioria das bandas que têm seu som calcado no fim dos anos 60 e começo dos anos 70: boa parte delas soa como um mero tributo e soam mecânicas, sem muita alma - meros tributos ao Led Zeppelin, Black Sabbath, Hendrix, Humble Pie, nomeie aqui o clássico. Apesar de termos aqui uma banda com o som claramente calcado nestas mesmas referências, fui extremamente surpreendido pela consistência e autenticidade do som do Slow Season: temos aqui um potencial clássico contemporâneo, ainda que soe como uma produção que saiu do começo dos anos 70.

A faixa de abertura é Heavy - que, fazendo jus ao nome, é uma das faixas mais pesadas do disco. Com uma pegada que lembra a Immigrant Song, do Zep, a música é um petardo extremamente marcante e grudento e já dá uma mostra do que está por vir: o Slow Season não é uma banda que tem uma guitarra cheia de solos ultra rápidos e virtuosos, e sim uma banda que baseia seu som em riffs. Riffs geniais que vão ecoar pela sua cabeça e que seriam denominados clássicos se já tivessem seus 30, 40 anos de idade. O tempo dirá. O disco segue com "Ernest Becker's 32nd Schizophrenic Nightmare", uma belíssima balada com uma linha de violão de  muito bom gosto, e que poderia caber facilmente no IV, do Zep. A influência do dirigível de chumbo ainda é muito clara nas gaitas, guitarra com slide e a pesadíssima bateria de Cody Tarbell, quase uma reposta à versão do Led a "When The Levee Breaks". Nas faixas seguintes a banda mostra mais um pouco de usas influências, misturando com propriedade The Doors, Pink Floyd, Hendrix, Alman Brothers Band e ainda assim uma personalidade única, talvez pelos vocais de Daniel Story Rice, que soam autênticos e confiantes, sem imitar os vocais mais agudos do Robert Plant ou de outros vocalistas de bandas congêneres. O disco continua seu passeio pelo anos 70, tanto indo pelo rock psicodélico, folk, blues, sem em momento algum cometer algum deslize que faça a banda soar artificial ou pouco a vontade. Dentro deste passeio por gêneros cabe ressaltar a faixa "Coco-A-Gogo", com seu sua pegada calcada no início do rock, ali nos anos 50 com seu riff hipnoticamente dançante, cozinha muitíssimo segura (não posso afirmar grandes coisas sobre o baixo visto que estou fazendo a audição no momento através do miserável som de meu notebook), vocal fantástico, e energia - muita energia. Fechando o disco temos a hipnótica Bars & Bars, com sua guitarra recheada de reverb, bateria frenética e uma vontade imensa do disco ter pelo menos mais umas 5 faixas.

Nunca acreditei nessas conversas da mídia sobre essa ou aquela banda que são a nova salvação do Rock. Não acho que o Slow Season seja a salvação, e menos ainda que o rock precise ser salvo. O que afirmo com certeza é que foi uma das maiores surpresas que tive na música em alguns anos - uma produção de altíssima qualidade e que ainda é pouquíssimo divulgada. Sem mais, se façam um favor e baixem esse discaço!


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Novo blog!

Bem galera... não entendam isso como um encerramento das atividades do FuelForAMav.
Estou com um novo blog agora, no qual pretendo dar continuidade às postagens feitas aqui, mas de maneira mais abrangente, tratando não só de música, como também de cinema e temas gerais. Por favor, acompanhem e divulguem!



Abraços!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Winterville - [2005] Everything In Moderation


Buenas galera, depois de um longo tempo de inatividade, cá estou. Tudo bem que ninguém se manifestou sobre o período de não-postagens, mas... Pois bem, o que temos aqui é o problemático caso de uma banda FODA PRA CACETE, mas com um nomezinho abaixo da crítica. O nome não tem absolutamente nenhuma relação com o som da banda. E que som é esse? Bom, esse power trio inglês, formado em 2003, toca o que é chamado (e eu acho um péssimo nome) de neo-grunge, mas com, pasmem, uma pegada bastante blueseira. É um som bastante fácil de ouvir, por seus riffs grudentos, o famoso "vocal-gruge-eddie-vedderesco" e as levadas contagiantes - e vale ressaltar, ótimas letras. O que faz a banda ser tão boa é que é tudo muito bem feito, sem exageros. Alias, pontos pra quem produziu a banda, pois é raro acertar a mão no disco de estréia, ainda mais de uma banda composta por caras tão novos. Alias, uma pena que a banda tenha acabado pouco após o lançamento.

Bom, vamos a já tradicional "geral" das músicas! O disco abre com a fantástica Breathe, com seu pesado riff de guitarra, e igualmente pesada bateria. A música é meio que um "lugar comum grunge", só que, ressalto, muitíssimo bem feito. À altura que escrevo este review, o disco deve estar a um mês no meu cel, sendo ouvindo diariamente, várias vezes ao dia, e senhores, isso é algo raro. E, bem, como guitarrista, fiquei impressionado com a quantidade de texturas nessa música. O primeiro solo, bastante econômico, tem tudo no lugar e mostra que sim, é possível fazer pop de qualidade sem esconder a guitarra. O segundo solo me lembra bastante a vibe do Black Stone Cherry, não me perguntem o motivo, mas é algo positivo, na minha opinião haha. O disco segue com My Angels, que, parando pra pensar melhor, lembra as baladas do BSC. Com uma pegada ainda mais pop que Breathe, depois da primeira audição você já começa a murmurar o refrão junto com o ótimo Peter Shoulder, vocalista e guitarrista da banda. Apesar do timbre "genérico", o cara tem uma interpretação cheia de sentimento e sem exageros - além de ótimo guitarrista. Aliás, o excelente uso do Wah nos solos foi bem marcante pra mim, no cd como um todo.

Após My Angels, o disco segue com a bluesy Last Legs, com sua fantástica linha de baixo e uma demonstração impressionante de pegada, por parte do baterista. Aliás, recomendo bastante que se preste atenção à letra, que é muito bonita. Ah, o solo. Sei que é chato para não guitarristas, mas esse é um grande exemplo de um puta solo com um nada de notas, apenas com o auxílio de um Vibe (acredito) muitissimo bem encaixado, dando um clima bem sessentista pro solo. Depois do momento de calma, entra o petardo chamado Mock Halo, que tem uma das baterias mais pesadas que já ouvi na vida. Meus caros, se a banda fosse de Seatle e gravasse essa música no começo dos anos 90, com toda certeza seria lembrada junto com os clássicos do Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains, pois não deve em nada - nem mesmo no negativo refrão (I sold my soul to buy back my heart from you) para estes grandes nomes. É uma grande música, que consegue se destacar até mesmo no meio de um disco de nível tão alto quanto esse.

Mr. 3%, uma das canções acústicas do disco vem com um clima totalmente Alice In Chains, principalmente no Jar Of Flies. Muito me impressiona a banda não ter decolado com uma canção como essa, porque é de arrepiar, da percursão ao fundo aos violões e vocal. E denovo destaco a grande interpretação do vocalista, que dá outra dimensão à canção. E é claro, é seguida por mais um petardo, pra não deixar cair o clima. Nobody, com seu pesadíssimo riff e mais do que marcante refrão (nobody loves when you fall, no body does, so fuck you up), numa das melhores interpretações do vocalista - que aliás, manda ver num solo de arrepiar até os cabelos da nuca.

Mais uma vez a influência do Alice In Chains aparece, na pesadíssima Shotgun Smile. É impossível ouvir o poderoso riff sem se lembrar da fase Facelift/Dirt da banda. A maturidade da banda transparece na forma como o som dos caras nunca tem vazios. Todos os espaços são substituídos por ambiências ou backing vocals, entre passagens pesadas e outras mais limpas. Lembram do fantástico uso do Wah que mencionei ali atrás? Nessa faixa isso se torna evidente, em mais um curto mas marcante solo. É interessante como até mesmo o fade out da banda tem aquela característica do grunge noventista. Seguindo a ordem "peso/balada/peso/balada", temos a calma Idle Hands, que não sei porque, me lembra bastante Jeff Buckley. Mais uma vez o baterista brilha, mostrando que não é preciso ser uma música pesada pra se descer a lenha. E a música cresce de forma brilhante nos arredores dos 3 minutos, pra cair num solo totalmente blueseiro, acompanhado por um baixo marcante e muitíssimo bem executado.

Under My Skin sempre me faz pensar que vai começar Last Goodbye, do já mencionado Jeff Buckley, mas depois de alguns segundos a figura muda. Intercalando entre um verso lento e refrão pesado, a música tem uma linha de baixo que sempre me lembra Hotel California, hahaha. Mas prestem atenção, lembra mesmo! Mais uma vez, destaque para o solo - que aqui se extende um pouco mais que nas outras músicas, caindo mais uma vez no empolgante refrão. Mantendo a "lógica" do disco, temos a acústica Nothing, com seu belíssimo refrão e seu interessante verso, com uma bateria "pouco ortodoxa", lembrando um pouco aquela marcha militar. E mais uma prova de que é possível se fazer um solo foda sem sequer usar um bend.

As duas faixas que fecham o disco mantém o nível, começando com Penny For The Fool e seu pesadíssimo riff e mais uma vez, ótimo refrão, ótimo tudo. E depois da tempestade, mais uma vez a calmaria. O disco fecha com a BELÍSSIMA Someday Soon. Aqui sim, uma fortíssima influência de Jeff Buckley. Peter Shoulder possui um inegável dom, são pouquíssimos caras que conseguem fazer uma música apenas com violão/guitarra sem que essa seja cansativa. Pois aqui temos uma das mais belas músicas que já ouvi na vida. Um final arrasador para um discaço, que provavelmente está entre os melhores releases que já ouvi na vida. É uma grande pena que a banda não tenha conseguido nenhum destaque internacional e tenha acabado sem maiores explicações. Ao menos Peter Shoulder lança canções solo em seu Myspace. É de bandas assim que o mundo precisa.

Sem mais, RECOMENDADÍSSIMO


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Turbonegro [1998] - Apocalypse Dudes


Achando que o rock'n roll já descansava em paz, à sete palmos e o caralho no fim dos anos 90?
Tá aqui um clássico que vai virar tua cabeça ao contrário, pra ouvir com o volume no talo e que você não pode deixar passar em branco nunca.

Hard rock, rock'n roll e punk rock juntos em um só álbum. 
Mas todos concordando com a energia que os caras têm.
Não importa. Os caras do Turbonegro já têm seu lugar reservado na história do rock e Apocalypse Dudes é simples, matador e uma das maiores obras-primas deles.

Uma das coisas que sempre me intrigou foi a origem do nome da banda (Turbonegro), sendo que eles são da Noruega. 
Segundo eles, "Um Turbonegro é um grande homem negro, bem vestido, armado, em um carro em alta velocidade saindo para uma vingança. Nós somos os seus profetas."

Não dava pra esperar menos de caras como esses.

O 5º álbum de estúdio dos noruegueses é cheio de pauladas, pedreiragens, solos insanos, letras bem compostas, harmonias realmente impecáveis, originalidade e tudo o mais que você imaginar que um bom álbum deva ter.
Os vocais vêm extremamente a calhar na proposta do som, nada muito exagerado, nada de voz de bichinha: na medida perfeita.
Guitarras timbradas, sujas, baixo simples mas efetivo, e um autêntico lenhador sem virtuosismos na batera.


Sem muitos comentários sobre as músicas, fica aqui um espaço para suas próprias conclusões :D
O álbum abre com uma trinca infalível com The Age Of Pamparius, Selfdestructo Bust e Get It On, mostrando boa parte das facetas que a banda pode ter.
O álbum mantém a linha essencial até explodir em Prince Of The Rodeo, lembrando a clássica Overkill do Motörhead no começo. Back To Dungaree High mereceu até mesmo um cover do QotSA em um álbum tributo. Destaque também para Humiliation Street, mais lenta mas com uma pegada muito empolgante.

OBRIGATÓRIA a audição desse tijolo musical, em todos os sentidos.

3 prévias pra vocês:
- The Age Of Pamparius (Studio) - Youtube 
- Get It On (Studio) - Youtube
- Prince Of The Rodeo (Live Oslo Spektrum) - Youtube



DOWNLOAD 128 Kbps (o máximo que encontrei disponível, galera)

bom, é isso.
bom apetite ;] 

(Galera, quando eu escrevo "sem comentários" não quer dizer que vocês não precisam comentar, pô :D )

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MQN - [2005] Badass Rock And Roll



Bom galera, já fazia um tempo que eu queria postar umas bandas nacionais, mas como ainda estou de férias em minha cidade natal, num computador carroça, numa net ainda mais carroça, o negócio desandou. Pois bem, o Dan, da Iluminismo Musical havia pedido material do MQN, mais especificamente o Hellburst, mas não achei no meio da minha zona de backups - mas prometo que em breve o postarei. Pois bem - apesar de ser a capital nacional do tomate e do sertanejo, goiânia vem se mostrado também como uma grande "produtora" de bandas de rock. Nomes como Goldfish Memories, Black Drawing Chalks, Mugo, Violins e mais uma pá de bandas fodas, algumas mais puxadas pro stoner, outras, hard rock, outras sludge, mas que independente de gênero, são excelentes. E demonstram isso em alguns dos festivais que rolam por lá, como a Bananada e o Goiânia Noise, dividindo palco com bandas gringas consagradas - e mostrando que não devem nada pra elas.
Geralmente se referem ao MQN como uma banda Stoner. Não sei, o som dos caras tem uma pegada bem garagem, remetendo mais a sons como o dos Hellacopters e os Flaming Sideburns que ao Kyuss, por exemplo. Nos trabalhos mais novos a banda foi se tornando mais pesada, mas isso é assunto pra um próximo review, e, pois bem, vamos ao que interessa. O disco abre com Come Into This Place Called Hell, com um riff marcante e que se repete por toda música - talvez uma marca do stoner, mas, whatever - o vocal me lembra bastante o do Kings Of Leon no primeiro disco, quando eles ainda honravam as calças e tocavam Rock'n Roll - com um solo absolutamente clássico. A música é curtinha, mas dura o suficiente para não encher o saco. Prosseguindo com Let It Rock, dessa vez com uma pegada mais punk rock, baixo marcante, guitarra carregada de fuzz e um ótimo trabalho de bateria, podia muito bem estar presente nas rodas punk dos anos 70 e 80, sem dever NADA, eu digo, NADA às bandas da época. Cold Queen, a próxima faixa, é uma das minhas favoritas do disco. Aqui os vocais se saem muitíssimo bem na mix, e o riff dobrado entre a guitarra e o baixo, e a bateria na medida fazem a música soar enorme, com ótimas quebradas de tempo mais pro fim - vale ressaltar a letra, totalmente hard rock. Não sei se isso é exatamente bom, mas em termos de "qualidade", está a nível de muitos clássicos aí. Heart Of Stone começa com um riff totalmente viciante, lembrando um pouco o Moutain em sua fase de ouro. É nessa música que o MQN mostra seu diferencial, colocando várias texturas e levadas dentro da mesma canção, sem aquele clima totalmente robótico, e sim com uma cara de "jam-dos-anos-70", and that's what I'm talkin' about, porque até mesmo na gringa é dificil ouvir uma música com essa qualidade - e não, não é cover dos Rolling Stones, e nem do Motorhead -. Hard Times segue na mesma levada, não é um grande destaque, exceto para o baixo, muitíssimo bem executado, mas de forma alguma é ruim. O disco segue com Hot N' Nasty, que também é totalmente hard rocker - as guitarras aqui me lembram bastante os Backyard Babies, e o batera se mostra muito versátil, e manda um cowbell bem legal nessa música, mais uma vez remetendo ao som do Moutain. My Baby Sold Your Heart To The Devil com toda certeza tem o melhor riff do disco, totalmente AC/DC. Dá pra sentir a grande influência dos anos 60 e 70 nos caras, com levadas à moda do Free, Bad Company e tantas outras grandes bandas, e aqui, mais uma vez, fica o elogio ao baterista da banda - o cara é MUITO bom, sem claro, desmerecer aos outros músicos, que mandam muito bem. Em Money's So Good os caras já mostram o lado mais anos 60, numa pegada "meio" Rolling Stones, mas com o vocal sempre rasgado - e aqui ainda meio sem identidade. Se fosse um pouquinho maior, seria uma música cansativa, mas como não é, desce sem maiores problemas - até porque boa parte da música é tomada por um ótimo solo de guitarra. A penúltima faixa do disco é um cover de Got This Thing On The Move, do Grand Funk Railroad, e que inclusive saiu num disco duplo da Valvulado, chamado Achados e Perdidos. E cá entre nós, os caras tem que ter muito peito pra mandar um cover do Grand Funk, e o MQN não faz nem um pouco feio. Os vocais estão meio diferentes, mas ficou totalmente excelente, os caras mandaram a música com uma propriedade, que nem soa como cover. Reparando bem, o vocal lembrou um pouco o Offspring, mas pode ser doideira minha. Mas que na parte do solo de baixo parece, ah, parece. O disco fecha com Red Pills, mais uma vez com uma levada mais anos 60/70, com algo de MC5, mais uma vez destacando o grande trabalho de bateria e baixo. A cozinha dos caras é afiadíssima e abrem um espaço foda pras guitarras, nessa música, em especial, bastante psicodélicas. Como sou legal pra caralho, coloquei de bonus um disquinho ao vivo dos caras, Live At Cererê, com 3 músicas. E é isso, uma das grandes promessas do Rock And Roll nacional, pro bando de mané que ainda acha que "só tem emo agora". O disco faz jus ao nome, pois o que temos aqui é um totally bad ass rock and roll, baby. E, pra não perder o costume, RECOMENDADÍSSIMO.



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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Barbarella - [2008] Neon City EP


Bom galera, como vocês puderam notar, me ausentei do blog por um tempo, por uns problemas pessoais (incluindo os motherfuckers da RIA removendo tópicos do Blog - como foi o caso do Dirty Sweet) e também (certo, PRINCIPALMENTE) por meu computador AND internet aqui em minha cidade natal (Patos de Minas) serem maravilhosas carroças. Por isso, postarei mais EP's do que full lenghts em minha estadia aqui. Por isso a decisão de procurar alguém para me ajudar, e inclusive fica aqui meu desejo oficial de boas vindas ao Victor, que começou bem, com um ótimo review do debut da superbanda Them Crooked Vultures (da qual voltarei a falar muito em breve). Pois bem, vamos ao que interessa. Alguém aí gosta de Queens Of The Stone Age? Pois logo nos primeiros toques de Monobeep, faixa que abre o EP, já sentimos que esta é a maior influência dos caras. Seu verso remete ao de "Everybody Knows That You're Insane", mas é interessante que a banda não tenta copiar ao QOTSA - e ao menos pra mim há uma grande diferença entre querer homenagear e querer SER a banda -. Talvez o problema dela seja somente ser curta demais, pois é de ótima qualidade. O disco segue com Had Enough, com seu riff marcante e bem "nebulesco", numa levada mais tradicional, totalmente grudenta. Não sei porque, mas me soa como um Sasquatch mais orientado para o pop. E isso, meus queridos, é uma coisa boa. Até tenho parado pra prestar mais atenção ultimamente na forma como essas bandas mais modernas (robot rock, nas palavras de Josh Homme) conseguem incorporar no meio de afinações baixas e fuzz no talo tantos elementos do rock tradicional e até mesmo de blues, principalmente em fills de guitarra (aqueles micro-solos, pra quem não sabe) e nas levadas. A faixa que dá o título ao EP, Neon City começa com um riff incrivelmente parecido com a linha de riffs que eu costumo compor, e talvez por isso eu adore essa música. É a minha favorita do disquinho, e mostra uma banda de stoner rock que está começando, mas que já está muitíssimo bem encaminhada. Poucas bandas conseguem ter maturidade o suficiente para a mistura que mencionei acima - drop tune, toneladas de fuzz, mas com uma pitada de pop -. E é assim que funciona a Neon City, direta, sem firulas, animada e dura o tempo certo pra te fazer colocá-la no repeat. Sonic Nomad é outra que tem um começo totalmente QOTSA, e ela ilustra bem o que eu disse sobre soar como homenagem, mas ainda assim ter uma identidade. Ela não parece com alguma música do Queens em específico, é só algo no timbre ou na forma como os riffs se estruturam. E tudo sem exageros, o baixo marcante, a guitarra, a ótima bateria, pesada, quando necessário, mas cheia de sutilezas, nos momentos certos, e o vocal, que apesar de não ser excepcional, combina bem com a proposta sonora acomedida da banda. O trabalho de produção é excelente, pra um EP - os responsáveis pela gravação apararam todas as possíveis arestas e deixaram o som redondinho. Humble Stooge Hurricane não deixa o nível cair, mais uma música acelerada, dessa vez numa levada mais tradicional de Desert Rock. Típica música-pra-dirigir-Maverick-no-deserto, com uma proto-piração no meio, mas curta o suficiente pra não encher o saco, seguida por um solinho de guitarra bem legal. E nessa, John Garcia manda lembranças no vocal. O disquinho segue com a "polifônica" Take Me To Your Leader, com suas guitarras quase hipnóticas, numa levada mais lenta, mas logo caindo em mais um refrão pedrada. Ninguém vai morrer por não conhecer este EP. Mas se baixar, com toda certeza vai morrer bem mais feliz. São só quarenta e poucos mega, e foi uma das melhores surpresas que tive ano passado. Recomendadíssimo!



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sábado, 16 de janeiro de 2010

Them Crooked Vultures - [2009] Them Crooked Vultures




Galera, malz pela demora.
Entrei pra ajudar, mas a chuva resolveu atrapalhar.
Naquele típico dia chuvoso, trovejando pra caralho, e você teimando em não desligar o computador e talz. Eu juro que em 5 minutos eu já iria desligar, mas o raio foi mais rápido. :D
Resultado: queimou alguma coisa aqui que eu não sei o que foi, e quase uma semana fora da internet.
Mas, o técnico já veio, e tá tudo certo.

Pois bem, que belo começo, hein?
Por isso, (finalmente) vou começar minha participação aqui no Fuel For A Mav com ninguém menos que os Crooked Vultures.

Josh Homme (Queens of the Stone Age, Eagles of Death Metal), Dave Grohl (Foo Fighters) e John Paul Jones (Led Zeppelin) conseguem em um álbum no fim de 2009 o que todos esperaram durante a década. Com uma pegada mais voltada pra o Queens da época do "Songs For The Deaf", o power trio entrega um discaço de respeito, mostrando que o rock continua bem vivo pra quem sabe fazê-lo.
A qualidade e o nível da banda se mantém no álbum praticamente inteiro, com muito poucas baixas, e não é nada que possa comprometê-lo de algum modo. 

O álbum permanece intenso durante a pouco mais de uma hora em que é executado.
Homme mostra seus dois lados: o que todos conhecem no Queens, e um que é quase um rockstar à sua maneira.
Jones consegue o que sempre conseguiu no Led e que poucos conseguem ou já conseguiram no rock: não deixar o baixo ser ofuscado pela guitarra. O instrumento deixa de ser um mero acompanhamento para andar lado a lado com a guitarra, com criatividade e versatilidade.
Grohl repete a dose de "Songs for the Deaf" na bateria e consegue mais ainda, com verdadeira aptidão e paixão pelo rock 'n roll.

"No One Loves Me & Neither Do I" abre o álbum com estilo, mostrando pra quê eles vieram. Começando de leve e com uma batida roboticamente empolgante depois de um refrão bem elaborado, a música conquista de cara qualquer um.
"Mind Eraser, No Chaser" é a música com mais influência do Foo Fighters, e John Paul Jones se faz perceber pelo baixo característico fazendo a cama para Homme e Grohl deitarem e rolarem em uma explosão de criatividade dentro do rock moderno.
"New Fang" teve seu single divulgado antes do álbum e é talvez a mais comercial do álbum, com uma harmonia invejável a qualquer outra música no mercado e com destaque para a batida, indescritível e daquelas que cativa o baterista interno em nós.
"Dead End Friends" tem um ar um tanto quanto sombrio, mostrando um Josh Homme mais versátil na guitarra, com uma cozinha simples mas eficiente. Mais um belo trabalho de composição e harmonia, e que mostra o potencial dos três enquanto banda.
"Elephants": destaque para a entrada, animada e que faz Dave Grohl suar na bateria, e para o "refrão": uma verdadeira calmaria depois da tempestade. Definitivamente, não passa em branco.
"Scumbag Blues" faz eu me sentir em uma viagem numa estrada, não muito rápida, só pelo prazer de sentir aquela brisa no rosto, com vocais e guitarra também na brisa, e uma ponte com a presença do teclado fazendo um groove, suave e empolgante. Demais.
"Bandoliers" é mais calma e já começa com Homme brincando com as notas na guitarra, criando uma levada agradável de se ouvir, um vocal leve que cativa, te leva até o refrão e depois dele para o clímax instrumental, que termina com um quase sussuro de "Fire away...". A música recomeça apenas para se despedir, intensa.
"Reptiles" é animada e difícil de se entender nas primeiras audições, a típica música estranha, com um refrão relaxante e algumas (possíveis) interrogações. Não há muito o que se comentar, é mais ouvir e tirar suas próprias conclusões.
"Interlude With Ludes" é bem agradável, mais lenta que as outras, e com uma ambientação que a faz realmente parecer com um interlúdio. Mais recomendada para relaxar do que para agitar.
"Warsaw Or The First Breath You Take After You Give Up" é a mais longa do álbum com 7:50 min e é evidentemente cria do Mr. Homme, lembrando as características básicas do QotSA: levadas quebradas na guitarra, vocais nada sóbrios, um refrão no céu e um solo no inferno. Chapação pura! 
"Caligulove" é uma das minhas favoritas, diga-se de passagem. Uma distorção (na guitarra e no baixo, pelo que me parece) que passa longe do clean, letras trabalhadas, e harmonia impecável. É também a música em que o teclado de Alain Johannes (também do QotSA) se faz mais presente, fazendo uma bela participação em várias partes da música e no refrão, grudento por excelência.
"Gunman" é intensa e dinâmica. Já entra empolgada e mantém a energia até o final, com uma cozinha de atordoar e vocais também da idade da pedra. Dar uma opinião aqui seria quase um pecado, simplesmente ouça.
"Spinning in Daffodils" é um grand finale para um épico dos anos 2000. Também longa (com 7:28 min), e mantém uma postura parecida com a do QotSA até os 4:50, a partir dos quais a música assume um outro caráter, mais sério e maduro.

Sinceramente OBRIGATÓRIO (como diria o Guilherme).

Bem, tá aí o link, rapaziada:
http://www.4shared.com/file/160277781/dd5f546d/Them_Crooked_Vultures__2009_.html?s=1

Bom apetite e até breve (espero) ;]

sábado, 9 de janeiro de 2010

Salve, cambada!

Seguinte, galera: eu sou o Victor Guimarães, e vou dar uma força pro Guilherme aqui no Fuel For A Mav. 
Por enquanto, é só uma experiência, e se ela der certo, vocês vão ter que se acostumar com isso, ;]


Ok. Eu não sou mau e nem sou ruim assim pra que essa mudança no blog seja significativa na vida de vocês. Vou ajudar o Guilherme por um tempo, e depois a gente vê como fica.
Esse post é mais uma satisfação pra galera que acompanha o blog do que qualquer outra coisa, então é isso aí.


Espero que dê certo.

Abraços! ;]

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Procuro ajudante

Como vocês podem ver, o blog está meio parado. Não, não o abandonei, mas é que tive uns problemas pessoais, e agora estou na minha cidade natal e minha internet aqui em casa não ajuda muito. Se alguém estiver afim de colaborar por um tempo no blog, por favor entre em contato. Mais cedo ou mais tarde vou acabar cedendo e postando algo aqui, encarando 3 horas de upload, maaaaaaaaas, se alguém tiver a boa vontade de me ajudar, atualizações serão muito frequentes (maldita reforma ortográfica). Interessados, tratar por aqui mesmo, ou e-mail (batteryacidtea@gmail.com).

Grato,

O "webmaster".

domingo, 13 de dezembro de 2009

Jack Daniels Overdrive - [2008] Pure Concentrated Evil


Sujo. Muito sujo. E pesado. Diria até que é um disco curto e grosso, até porque são apenas 5 faixas. Só que o disco é ENORME no som, pedrada no melhor estilo Pantera, Down, Crowbar, eyeHATEgod e outras bandas de peso. Até pelo fato de o disco ser bem curtinho, não tem muito o que falar, a não ser que vale MUITO a pena baixar, se você é fã dessas bandas que passam pelo Stoner/Sludge/Groove Metal. Como eu disse, só 5 faixas, mas entopidas de riffs poderosos, baixo marcante, bateria "panteresca" e um excelente vocal. Somente para os iniciados no estilo!


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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DirtySweet - [2007] Of Monarchs And Beggars


Um cavalo. Com um cabeludo em cima. E epa! É autografado! Ahh tá, é o nome do disco. Duh.

Estes foram devaneios de quem nunca tinha se ligado na capa desse DISCAÇO DO CARALHO. O som eu já conhecia há um tempo - valeu Rui, que me deixou a dica na época - e esqueci, no meio do monte de discos que tenho aqui (e que postarei pra todos vocês). O blog anda meio abandonado, mas sabem como é fim de semestre... e ando meio magoado com o público que quase não comenta :(. Mas ressentimentos a parte, vamos lá!

O que temos aqui é um autêntico rock-para-bater-botina(não no sentido de morrer, claro)-e-mascar-tabaco. Setenteira caipira, no melhor estilo do Humble Pie, Allman Brothers Band, e da-lhe lista longa de bandas de southern rock e blues. A faixa de abertura, Baby Come Home já dá um panorama do que está por vir, com seus riffs e melodias pra lá de grudentos. Depois vem a simpática baladinha Delilah, com sua guitarra slide, ótimo trabalho de vocais e backing vocals, um primor da melação de cueca neo-caipira. Mas o pior é que o negócio é bom! Mas a rollingstoneana Come Again volta a vibe positiva do disco - e quando eu digo stoneana, é BEM stoneana. Grande groove nas guitarras, e o vocal do Ryan Koontz é excelente, e a banda sabe muitíssimo bem o que está fazendo. E além de saberem o que fazem, fazem BEM.

A questão é que não dá pra ficar me detendo muito em uma ou outra música para não acabar sendo injusto. Of Monarchs And Beggars é um disco cheio de groove, soul, blues, rock'n roll, e apesar de seus momentos mais lentos/fossa é totalmente contagiante, não dá pra ficar indiferente ouvindo um som desses. Se acham que dá, entendam isso como um desafio.


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PS.: Novamente, COMENTEM, caralho. Não é uma questão de vaidade, é importante pra mim saber se estão ou não gostando do blog, dos sons postados e dos reviews. Só assim posso melhorar os pontos falhos, e assim todo mundo ficará mais feliz. E nem precisa ter conta no Blogger pra comentar, dá pra usar sua conta do Google. E eu sei que você tem.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

The Company Band - [2009] The Company Band


Acabei de achar o cd pra download aqui... nem sabia que havia sido lançado. Ainda é meio cedo pra um review (posso escrever futuramente, se alguém achar interessante), mas vou jogar o CD aqui, direto do forno pra quem tiver interesse. A banda lançou recentemente um EP; quem não conhece o SUPER grupo, este é constituído por Neil Fallon, vocalista e guitarrista do fodíssimo Clutch, James Rota, frotman do Fireball Ministry, Jess Margera (sim, irmão do Bam Margera), batera do CKY, Dave Bone, nas guitarras e Brad Davis, baixista do Fu Manchu (banda que por sinal, nunca consegui gostar). Ainda estou ouvindo o disco, mas falo que está FANTÁSTICO, pesado, agitado, cheio de riffs fodas, melodias grudentas e o Neil arregaçando nos vocais. 

Acho que vai entrar pros meus favoritos do ano. O único defeito do disco é o fato de ter só 10 faixas. Para fãs de Clutch, Fireball Ministry, Five Horse Johnson e rock'n roll nervoso, feito por uma galera pra lá de entendida do assunto.


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PS.: Zombie Barricades é FODA!