quinta-feira, 29 de abril de 2010

Winterville - [2005] Everything In Moderation


Buenas galera, depois de um longo tempo de inatividade, cá estou. Tudo bem que ninguém se manifestou sobre o período de não-postagens, mas... Pois bem, o que temos aqui é o problemático caso de uma banda FODA PRA CACETE, mas com um nomezinho abaixo da crítica. O nome não tem absolutamente nenhuma relação com o som da banda. E que som é esse? Bom, esse power trio inglês, formado em 2003, toca o que é chamado (e eu acho um péssimo nome) de neo-grunge, mas com, pasmem, uma pegada bastante blueseira. É um som bastante fácil de ouvir, por seus riffs grudentos, o famoso "vocal-gruge-eddie-vedderesco" e as levadas contagiantes - e vale ressaltar, ótimas letras. O que faz a banda ser tão boa é que é tudo muito bem feito, sem exageros. Alias, pontos pra quem produziu a banda, pois é raro acertar a mão no disco de estréia, ainda mais de uma banda composta por caras tão novos. Alias, uma pena que a banda tenha acabado pouco após o lançamento.

Bom, vamos a já tradicional "geral" das músicas! O disco abre com a fantástica Breathe, com seu pesado riff de guitarra, e igualmente pesada bateria. A música é meio que um "lugar comum grunge", só que, ressalto, muitíssimo bem feito. À altura que escrevo este review, o disco deve estar a um mês no meu cel, sendo ouvindo diariamente, várias vezes ao dia, e senhores, isso é algo raro. E, bem, como guitarrista, fiquei impressionado com a quantidade de texturas nessa música. O primeiro solo, bastante econômico, tem tudo no lugar e mostra que sim, é possível fazer pop de qualidade sem esconder a guitarra. O segundo solo me lembra bastante a vibe do Black Stone Cherry, não me perguntem o motivo, mas é algo positivo, na minha opinião haha. O disco segue com My Angels, que, parando pra pensar melhor, lembra as baladas do BSC. Com uma pegada ainda mais pop que Breathe, depois da primeira audição você já começa a murmurar o refrão junto com o ótimo Peter Shoulder, vocalista e guitarrista da banda. Apesar do timbre "genérico", o cara tem uma interpretação cheia de sentimento e sem exageros - além de ótimo guitarrista. Aliás, o excelente uso do Wah nos solos foi bem marcante pra mim, no cd como um todo.

Após My Angels, o disco segue com a bluesy Last Legs, com sua fantástica linha de baixo e uma demonstração impressionante de pegada, por parte do baterista. Aliás, recomendo bastante que se preste atenção à letra, que é muito bonita. Ah, o solo. Sei que é chato para não guitarristas, mas esse é um grande exemplo de um puta solo com um nada de notas, apenas com o auxílio de um Vibe (acredito) muitissimo bem encaixado, dando um clima bem sessentista pro solo. Depois do momento de calma, entra o petardo chamado Mock Halo, que tem uma das baterias mais pesadas que já ouvi na vida. Meus caros, se a banda fosse de Seatle e gravasse essa música no começo dos anos 90, com toda certeza seria lembrada junto com os clássicos do Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains, pois não deve em nada - nem mesmo no negativo refrão (I sold my soul to buy back my heart from you) para estes grandes nomes. É uma grande música, que consegue se destacar até mesmo no meio de um disco de nível tão alto quanto esse.

Mr. 3%, uma das canções acústicas do disco vem com um clima totalmente Alice In Chains, principalmente no Jar Of Flies. Muito me impressiona a banda não ter decolado com uma canção como essa, porque é de arrepiar, da percursão ao fundo aos violões e vocal. E denovo destaco a grande interpretação do vocalista, que dá outra dimensão à canção. E é claro, é seguida por mais um petardo, pra não deixar cair o clima. Nobody, com seu pesadíssimo riff e mais do que marcante refrão (nobody loves when you fall, no body does, so fuck you up), numa das melhores interpretações do vocalista - que aliás, manda ver num solo de arrepiar até os cabelos da nuca.

Mais uma vez a influência do Alice In Chains aparece, na pesadíssima Shotgun Smile. É impossível ouvir o poderoso riff sem se lembrar da fase Facelift/Dirt da banda. A maturidade da banda transparece na forma como o som dos caras nunca tem vazios. Todos os espaços são substituídos por ambiências ou backing vocals, entre passagens pesadas e outras mais limpas. Lembram do fantástico uso do Wah que mencionei ali atrás? Nessa faixa isso se torna evidente, em mais um curto mas marcante solo. É interessante como até mesmo o fade out da banda tem aquela característica do grunge noventista. Seguindo a ordem "peso/balada/peso/balada", temos a calma Idle Hands, que não sei porque, me lembra bastante Jeff Buckley. Mais uma vez o baterista brilha, mostrando que não é preciso ser uma música pesada pra se descer a lenha. E a música cresce de forma brilhante nos arredores dos 3 minutos, pra cair num solo totalmente blueseiro, acompanhado por um baixo marcante e muitíssimo bem executado.

Under My Skin sempre me faz pensar que vai começar Last Goodbye, do já mencionado Jeff Buckley, mas depois de alguns segundos a figura muda. Intercalando entre um verso lento e refrão pesado, a música tem uma linha de baixo que sempre me lembra Hotel California, hahaha. Mas prestem atenção, lembra mesmo! Mais uma vez, destaque para o solo - que aqui se extende um pouco mais que nas outras músicas, caindo mais uma vez no empolgante refrão. Mantendo a "lógica" do disco, temos a acústica Nothing, com seu belíssimo refrão e seu interessante verso, com uma bateria "pouco ortodoxa", lembrando um pouco aquela marcha militar. E mais uma prova de que é possível se fazer um solo foda sem sequer usar um bend.

As duas faixas que fecham o disco mantém o nível, começando com Penny For The Fool e seu pesadíssimo riff e mais uma vez, ótimo refrão, ótimo tudo. E depois da tempestade, mais uma vez a calmaria. O disco fecha com a BELÍSSIMA Someday Soon. Aqui sim, uma fortíssima influência de Jeff Buckley. Peter Shoulder possui um inegável dom, são pouquíssimos caras que conseguem fazer uma música apenas com violão/guitarra sem que essa seja cansativa. Pois aqui temos uma das mais belas músicas que já ouvi na vida. Um final arrasador para um discaço, que provavelmente está entre os melhores releases que já ouvi na vida. É uma grande pena que a banda não tenha conseguido nenhum destaque internacional e tenha acabado sem maiores explicações. Ao menos Peter Shoulder lança canções solo em seu Myspace. É de bandas assim que o mundo precisa.

Sem mais, RECOMENDADÍSSIMO


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8 comentários:

  1. Conferi, e gostei pra carambra...
    belo post, cara...

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  2. Ótimo post!
    Gostei muito!! belo som!! ^^
    parabens

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  3. CURTI DEMAIS!!!

    VALEU.

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  4. Puta sonzeira.
    Adorei a recomendação.
    Valeu!

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  5. Não sei quem administra esse blog, mas esta de parabéns. tenho um blog de música também, o http://euescuto.com.br, preciso de colaboradores como vocês, que curtem um som muito massa.

    Abraço!

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  6. Po cara mandou muito bem!!! seu blog é maneiro!!!

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