terça-feira, 14 de janeiro de 2014

The Crystal Caravan – [2010] Against the Rising Tide



        Faz bastante tempo que não posto nada por aqui, os dois últimos anos foram bastante cheios – trabalho, faculdade, banda e pura falta de vontade de escrever. A quantidade de excelentes lançamentos que tivemos no período de hiato do blog e discos que conheci neste meio tempo me deixaram uma pasta de discos a serem postados (e reviews a serem escritos) bastante volumosa. Boa parte dos lançamentos de bandas já consagradas – como o Queens of the Stone Age, Alice in Chains, Pearl Jam, Clutch, entre tantas outras que lançaram discos em 2013 – já tiveram excelentes reviews e provavelmente já foram baixados por vocês, e o grande objetivo do blog sempre foi apresentar a vocês pérolas potencialmente desconhecidas. Nada mais justo que começar com esse discaço da Crystal Caravan. 
A Suécia, apesar de sua pequena dimensão geográfica, é o berço de uma quantidade enorme de bandas de altíssimo nível, e curiosamente, são poucas as bandas que buscam trilhar pelo caminho óbvio do pop ou das produções demasiadamente polidas. E é dentro desta tendência de um rock mais “cru” que The Crystal Caravan faz seu som: buscando referências no rock psicodélico e no hard rock dos anos 60 e 70, mas sem nunca soar como um tributo ou uma imitação forçada – como muito se vê em banda que se auto intitulam como “retrô” ou “revival”.
O disco abre com We Always Lose, que em seus primeiros acordes já demonstram o que está por vir: a poderosa abertura – com uma densa mistura de guitarra/baixo/teclados/bateria seguida por um riff frenético aos gritos de “awww yeah!”, seguida por um riff grundento intercalando linhas de guitarra, baixo e bateria aos moldes do Deep Purple dos anos 70, com todos os músicos mostrando virtuose e entrosamento invejáveis, numa música que poderia ter sido encontrada num disco esquecido numa prateleira de sebo por 40 anos, pela sonoridade, mas cheia de vigor e energia. Love and Direction trás carrega um misto de Doors, Kinks, Led Zeppelin e The Cult, trazendo linhas insanas de bateria e baixo, e o marcante vocal de Niklas Gustafsson, que lembra um pouco o de Ian Ashbury. Apple Hotel é uma “falsa balada” que remete tanto ao The Who em Baba O’Riley quanto aos momentos mais pesados do Uriah Heep, com destaque para as guitarras de Björn Lohmander e Stefan Bränberg.
A bolachinha segue com I’m a Stone, que até o momento é minha faixa favorita do disco, com excelentes vocais e uma dinâmica impressionante na estrutura da música. Tem tudo para ser um clássico, só falta ser conhecida. A segunda metade do disco segue mantendo o altíssimo nível, as referências a sons clássicos, mas como disse acima, com um vigor impressionante, que confere a banda um ar de novidade e garante bastante personalidade ao som.O disco fecha com a “sabbathica” Wrecking Ball, com uma atmosfera que remete a Planet Caravan – não podia terminar melhor. O único “defeito” é o playtime, com seus 37:07 minutos que deixam ou um gosto de “quero mais” ou um disco no repeat. Sou adepto da segunda opção. Com toda certeza, em breve serão postados os outros discos desta fantástica banda – e se tudo correr bem, 2014 será um ano mais movimentado ano no Fuel for a Mav. Até a próxima postagem!


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