sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Wiser Time - [2007] There And Back Again


Uns tempos atrás eu estrás eu estava sem caixinhas de som e sem fones de ouvido, mas mesmo assim não parei de baixar música. Sou meio compulsivo com isso, fato inquestionável. Pois bem, o único meio que eu tinha de ouvir música, era passando pro celular, e normalmente eu deixava a playlist correndo, com um monte de bandas que eu nunca tinha ouvido na vida, e sem ler o nome das mesmas. Numa dessas eu pensei comigo: "mas putz, eu não coloquei Black Crowes na playlist, que porra é essa?!"... Se tratava de Crumbling Down, do tal do Wiser Time. O nome não me era estranho, e depois de queimar muitos neurônios lembrei que é o nome de uma música do Black Crowes. A semelhança estava explicada. E que semelhança, viu? Não dá pra ouvir o disco sem pensar na influência "blackcroweziana" da banda. Eu não gosto quando uma banda tenta copiar de forma sem vergonha a outra, mas neste caso aqui, não encarei bem assim - se trata claramente de uma homenagem, à começar pelo nome da banda, e podemos adicionar a isso o fato de que o disco é MUITO bom, muito mesmo. Gosto bastante dos Crowes, acho uma das melhores bandas em atividade, gosto das letras, do instrumental, de tudo, e falo que There And Back Again podia tranquilamente figurar na discografia dos caras.

O disco abre com a zeppeliniana "Rock'n' Roll". E apesar de ter o mesmo nome e soar bem Led, não é cover da canção homônima do, vejam só, Led Zeppelin (mas é claro que você sabia dessa, senão, é preciso parar para repensar sua vida, amigo). A música em questão é bastante ajeitada, e tem um slide muito bem aplicado, meia lua acompanhando o vocal, e tudo o que uma autêntica música de dirigir caminhão pede. Logo após vem Crumbling Down, a canção que a pricípio havia me feito pensar que a banda era o Black Crowes. Numa levada mais baladona, ela vem com um ótimo riff, refrão grudento, e aquela estrutura típica dos Crowes (ouçam Virtue And Vice para entender o que estou falando), um hard rock grudento, com um forte apelo pop, mas muitíssimo bem feito - e sempre que eu falo isso, é um grande elogio. É interessante (nem positivo nem negativo) que o disco não possui muitos solos de guitarra em volumes altíssimos, exalando virtuose ou coisa do tipo, o que contribui ainda mais para o carater pop do mesmo. Mas nada que prejudique.

O disco tem umas canções que fogem um pouco do padrão dos Crowes, como a terceira, 10 Years, que lembra bastante as baladinhas do Jet (as boas, tipo Move On), mas tem um vocal meio rouco tipo "quero-cantar-sexy" que me irritava um pouco, mas já me acostumei. Musiquinha bonitinha, ela. Depois temos Millington Station, que remete muitíssimo ao som da fodíssima Dave Matthews Band, numa levada mais relax, com suas guitarras e violões dedilhados, belíssima canção. A banda retoma o Rock com Revolution, que tem um riff hendrixiano carregado de Wah e fuzz, bem fim dos anos 60, começo dos 70, com um groove interessantíssimo e que me lembra alguns bons sons do Lenny Kravitz (é, procura direito que o cara tem muita música boa, é sério hahaha). Give You My Lovin' tem um dos melhores riffs do disco, numa levada pra lá de empolgante, como é comum nos sons do Led e dos Crowes (o que é meio redundante, já que os caras são fãs assumidos do Led, já tendo gravado um ao vivo com o Page nas guitarras). Grande música, acho que a melhor do disco. Em termos de Grand Funk Railroad, é uma "footstomping music" até o osso, e essa sim tem um solão pra lá de pentatônico e roqueiro.

Back For More começa com uma bateria marcante, que é seguida novamente por uma ótima guitarra slide. Mais uma canção que poderia muito bem ser dos Crowes. Mas vou parar de repetir isso, juro! Had Enough é um blues nervosíssimo, que timbre de guitarra, caramba! Outra grande faixa, excelente trabalho dos vocais e guitarra aqui. Better Off Dead começa com um dedilhadinho e gaita bem capiras, lembra bastante Wrinkle Neck Mules (que logo posto aqui, grande banda), puxando bem pro country. Belíssima canção, é outro dos melhores momentos do disco. A penúltima canção, Divided, começa com uma guitarrinha com um tremolo muito bem aplicado, e, pois bem, pra não falar que é totalmente Black Crowes (já que prometi), digo que é totalmente "Chris Robinson e companhia", novamente num clima mais melancolico, mas não triste. Não sei bem explicar, mas tem aquela pegada característica das bandas mais "caipiras" norte-americanas, como se fosse uma tristeza, mas carregada de otimismo. O disco fecha com What You Give, mais uma vez na levada da Dave Matthews Band, numa canção mais lenta, com baixo marcante e ótimo trabalho nas guitarras e violões. Penso que deva ficar belíssima numa versão acústica.

Por fim, mesmo que seja um disco com uma fortíssima, inegável & sempre presente influência da banda que eu já mencionei tantas vezes acima, é um trabalho excelente, que não soa como mera cópia, pois há uma sinceridade nas canções. Os caras (são um trio) parecem bem a vontade com o som, tocam com propriedade. Recomendo muitíssimo àqueles que as vezes gostam de dar uma quebrada na barulheira pra ouvir uns sons mais tranquilos às vezes - não que sejam a única qualidade do disco. Excelente trabalho do Wiser Time. A banda tem um outro disco que foi lançado e 2008, chamado All For One, e que eu ainda não consegui. Se alguém achar, por favor me passe, ficarei gratíssimo.


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